Euro Durante a Pandemia: Uma Montanha-Russa de Volatilidade

O Euro é a moeda oficial em 20 países da União Europeia. O país que adotou o Euro mais recentemente é a Croácia.

Euro Durante a Pandemia: Uma Montanha-Russa de Volatilidade

A cotação do Euro, particularmente em relação ao Dólar Americano e ao Real Brasileiro, experimentou uma intensa montanha-russa de volatilidade durante o auge da pandemia de COVID-19, refletindo a incerteza global, as políticas agressivas dos bancos centrais e a aversão ao risco.

Nos primeiros meses de 2020, com a rápida disseminação do vírus e a declaração de pandemia, o euro sofreu uma pressão de venda significativa. A percepção do mercado era de que a crise atingiria a Europa de forma violenta, especialmente a sua indústria e as cadeias de fornecimento.

O que se seguiu foi um movimento clássico de "fuga para a segurança": investidores globais abandonaram ativos mais arriscados, incluindo moedas de blocos regionais, para buscar refúgio no Dólar Americano. Isso levou o par Euro/Dólar a cair.

Simultaneamente, em relação ao Real Brasileiro, a taxa de câmbio disparou. O Brasil, sendo uma economia emergente com altos riscos fiscais, viu o Real se desvalorizar dramaticamente frente a todas as moedas fortes, empurrando o Euro acima da marca de R$ 6,00 em muitos momentos ao longo de 2020.

Para conter o colapso econômico, o Banco Central Europeu agiu de forma decisiva. Em março de 2020, o BCE lançou o Programa de Compras de Emergência Pandêmica, um pacote de compra de ativos para injetar liquidez nos mercados, estabilizar os spreads da dívida soberana, especialmente nos países periféricos, e acomodar a expansão fiscal dos governos da Zona do Euro.

A agressividade e a coordenação das ações do BCE, juntamente com a implementação do fundo de recuperação da União Europeia, começaram a mudar o sentimento do mercado. À medida que a Europa demonstrava resiliência e coordenação política, a confiança no euro foi gradualmente restaurada.

A partir de meados de 2020, o dólar, que tinha se fortalecido demais, começou a enfraquecer globalmente, em parte devido às políticas de juros zero e aos vastos estímulos fiscais nos EUA. O capital começou a retornar ao euro, fazendo com que a taxa Euro/Dólar se recuperasse fortemente.

A cotação do euro durante a pandemia pode ser dividida em duas fases principais:

Choque Inicial (início de 2020): Desvalorização do euro (e Real) devido à aversão global ao risco e à busca por ativos seguros em dólar.

Recuperação (meados de 2020 em diante): Forte apreciação do euro em relação ao dólar, impulsionada pela intervenção do BCE e pela coordenação fiscal europeia, que aliviou o risco de fragmentação da Zona do Euro.

Para o Real, o período da pandemia foi marcado por uma desvalorização crônica. A taxa de câmbio Euro/Real se manteve em patamares historicamente altos, refletindo a fraqueza fiscal e a elevada percepção de risco da economia brasileira. O evento da COVID-19 apenas ampliou as disparidades entre as moedas de países que conseguiram demonstrar solidez institucional (como a Zona do Euro) e as de mercados emergentes com fundamentos mais frágeis.

O Euro é a moeda oficial em 20 países da União Europeia. O país que adotou o Euro mais recentemente é a Croácia.

Creditos: Redação
Fonte: Agências