Jaguar é apontado como executor do ex-delegado

Identificação de Jaguar na execução de Ruy Ferraz Fontes

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, representada por Guilherme Derrite, confirmou que existem evidências suficientes para apontar a participação de Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, na execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes. Derrite afirmou: “O atirador que a gente pode cravar é o Jaguar, que já está preso”.

A morte de Fontes ocorreu em 15 de setembro, quando ele foi surpreendido por mais de 20 disparos de fuzil em uma emboscada supostamente orquestrada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Jaguar, por sua vez, se entregou à polícia no dia 20 de setembro, após cumprir mais de 23 anos de pena por crimes como sequestro e ser apontado como membro da facção.

Elementos que indicam a participação de Jaguar

O secretário Derrite explicou que a acusação contra Jaguar está apoiada em informações extraídas do celular de Luiz Henrique Santos Batista, conhecido como Fofão, que também está preso. “Esse a gente pode cravar porque, além do termo de depoimento de um dos presos, o Luiz [Fofão] que está preso, no aparelho celular dele foram extraídas informações que ele – Fofão – tinha levado o Jaguar para um outro endereço, dado fuga e que ele seria um dos atiradores [contra o delegado]”, relatou.

A investigação da Polícia Civil identificou um total de oito suspeitos vinculados ao crime, sendo que quatro já foram capturados, entre eles Jaguar e Fofão. Os demais, como Dahesly Oliveira Pires, são acusados de transportar os fuzis utilizados na ação. Outros, como Felipe Avelino da Silva e Flávio Henrique Ferreira de Souza, permanecem foragidos e as buscas continuam.

Perícias em andamento

Exames periciais estão em progresso para confirmar a autoria dos disparos. “Agora estão sendo feitos exames periciais, que vão ser realizados depois nos armamentos quando forem encontrados. Aí vai ser possível fazer os exames de comprovação balística. Durante a perícia a gente conseguiu apreender projéteis que estavam intactos perto do doutor Ruy”, destacou Derrite.

Histórico de Jaguar e envolvimento do PCC

O secretário de Segurança Pública também lembrou o histórico criminal de Jaguar, enfatizando sua alta periculosidade. “A gente já tinha mencionado de ele ser um dos atiradores. Jaguar é membro do PCC e cumpriu pena durante mais de 23 anos. É um indivíduo de extrema periculosidade.”

A motivação da execução, segundo Derrite, está claramente conectada com a participação da facção criminosa. “Não resta dúvida de que o PCC está envolvido [...] É por isso que a gente não pode subestimar a organização criminosa. Eles são extremamente perigosos.”

O Portal iG tentou contatar a defesa de Rafael Marcell Dias Simões, mas até o fechamento desta reportagem não houve um retorno. Caso haja alguma manifestação, o texto será atualizado.