Eduardo Bolsonaro pode ser salvo por amigo no processo
26/09/2025, 23:30:57Eduardo Bolsonaro e o processo contra ele
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu uma boa e uma má notícias nesta semana. A má é que, na terça-feira (23), o Conselho de Ética da Câmara finalmente abriu o processo de cassação contra ele. A boa notícia é que o caso está "em casa". Por sorteio, a relatoria do caso caiu no colo do Deputado Marcelo Freitas (União-MG). Freitas, para quem não sabe, é fã de Jair Bolsonaro (PL), já chamou Eduardo de "amigo" e criticou nas redes sociais o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusa de liderar a ditadura do Judiciário.
Nem se o caso tivesse ido parar nas mãos daquele tio que costuma encaminhar mensagens de política no grupo da família, a situação do Zero Três estaria mais tranquila. O Conselho de Ética, afinal, é comandado por Fabio Schiochet (União-SC), deputado de um partido e um estado com o corpo e a alma no bolsonarismo. O União Brasil, inclusive, acaba de solicitar o divórcio do governo Lula (PT).
A relatoria do processo
Marcelo Freitas, o relator, é vice-presidente do colegiado. O processo contra Eduardo foi solicitado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A legenda acusa o parlamentar de agir de maneira incompatível com o mandato ao trabalhar em defesa de sanções contra o Brasil nos Estados Unidos, onde reside desde fevereiro. Eduardo ainda precisa apresentar a sua defesa e, após isso, Freitas terá dez dias para decidir se recomenda ou não o prosseguimento da ação contra ele.
Se não, ele pode seguir tramando contra o próprio país sem perder o mandato (nem o salário) como deputado. O Conselho de Ética da Câmara possui 21 titulares. Desses, pelo menos seis são do PL e do União Brasil, partidos que se opõem ao governo. O PT possui três deputados. O PDT, partido aliado, tem um. Os demais são um mistério: são dois membros do MDB, hoje mais governo que oposição, dois do PSD, que é uma incógnita, dois do Republicanos, mais oposição que governista, e um do Podemos, idem.
Ao que tudo indica, os colegas do pai farão de tudo para arquivar o caso do Zero Três. Neste caso, os acusadores poderão tentar a sorte por outras vias, como no Supremo Tribunal Federal – a Corte onde o relator do caso Eduardo acredita habitar uma ditadura.
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