Bebê de 1 ano morre após espancamento em Jundiaí
26/09/2025, 09:02:48Tragédia em Jundiaí
O Hospital Universitário de Jundiaí, localizado no interior de São Paulo, confirmou o falecimento de um bebê de apenas 1 ano e 3 meses, internado desde a última sexta-feira (19) após sofrer graves agressões. O óbito foi constatado às 17h50 da quinta-feira (25).
Em comunicado, a instituição expressou: "É com profundo pesar que o Hospital Universitário informa o falecimento da paciente M.L., de 1 ano e 3 meses, o óbito foi constatado nesta data às 17h e 50 min. Manifestamos nossos sentimentos." O hospital ainda esclareceu que "não foi morte encefálica. Não concluímos o processo. Foi morte natural."
A criança havia sido levada à UPA Vetor Oeste em estado crítico, apresentando quatro paradas cardiorrespiratórias antes de ser transferida para o HU. O laudo médico revelou hemorragia cerebral, contusão pulmonar, sinais de desnutrição e múltiplas lesões em diferentes estágios de cicatrização, incluindo fraturas de clavícula, braços e dedos, queimaduras circulares no couro cabeludo e pescoço, unhas arrancadas e marcas de mordidas compatíveis com arcada dentária adulta.
Investigação em andamento
A mãe da criança, de 23 anos, foi presa preventivamente após ser detida em flagrante na UPA. O delegado responsável pela investigação qualificou as agressões como "quase tortura" e afirmou que as explicações apresentadas pela mãe não condizem com as lesões observadas pela equipe médica.
Esta não é a primeira vez que o bebê recebe atendimento no Hospital Universitário; em fevereiro deste ano, também foram detectados sinais de desnutrição e marcas de violência. O Conselho Tutelar estava acompanhando a família, mas encerrou o acompanhamento quando a mãe mudou de endereço.
A Polícia Civil está tratando o caso como tentativa de homicídio, com apoio do Ministério Público. O Conselho Tutelar enfrenta questionamentos por uma possível omissão, e a Câmara Municipal de Jundiaí aprovou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do órgão.
A Prefeitura de Jundiaí também solicitou a abertura de sindicância e sugeriu o afastamento cautelar dos conselheiros envolvidos durante as investigações.