Barroso fala sobre convites dos EUA e futuro no Brasil

Barroso fala sobre convites dos EUA e futuro no Brasil

Barroso e seus planos futuros

"Não estou pensando em deixar o Supremo prontamente, e muito menos eu penso em deixar o Brasil. Eu prefiro o Brasil, eu gosto mesmo do Brasil", afirmou o ministro ao se referir a convites recebidos de instituições acadêmicas dos Estados Unidos. Às vésperas de deixar a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), Barroso destacou sua intenção de permanecer no Brasil, mesmo diante de propostas externas.

A situação com os EUA

Barroso mencionou que, apesar das ofertas, sua preferência continua sendo o Brasil. Em conversas com jornalistas, ele afirmou: "Eu tinha mesmo o convite de mais uma instituição dos Estados Unidos para ir passar uma temporada lá, e eu espero isso em algum lugar do futuro". Sua afirmação ocorre em um contexto em que o governo Donald Trump havia anunciado restrições que afetaram a entrada de ministros do Supremo nos EUA.

Impacto da Lei Magnitsky

No mesmo diálogo, Barroso manifestou surpresa com a aplicação da Lei Magnitsky contra o colega Alexandre de Moraes, que impôs sanções ao ministro e a pessoas próximas. Ele observou que a intenção original da lei era diferente e expressou sua crença na tendência de arrefecimento das sanções: "Eu acho que o país vai se pacificar progressivamente".

Diálogo com Lula

O ministro também comentou sobre seu breve encontro com o presidente Lula, que parecia otimista após uma conversa com Donald Trump na Assembleia-Geral da ONU. Barroso comentou: "Conversei pouco mais de 30 segundos, muito brevemente, e o presidente me pareceu otimista".

Propostas não aceitas

Durante a conversa, Barroso revelou que havia sugerido a Lula a contratação de um escritório de lobby nos EUA para facilitar as relações diplomáticas, proposta que não foi aceita pelo governo brasileiro, embora a iniciativa privada tenha tomado as rédeas em determinados aspectos.

Posicionamento sobre o voto impresso

Barroso salientou um de seus principais legados ao atuar contra a implementação do voto impresso, uma postura que lhe rendeu críticas. Ele destacou: "Uma das coisas importantes que eu fiz foi o meu empenho em impedir o voto impresso. Embora tenha me custado um preço pessoal alto, de muito ódio". Para ele, a impressão do voto poderia gerar fraudes e colocar em risco a segurança do sistema eleitoral brasileiro.

Desafios da pacificação

Por fim, Barroso expressou sua frustração em deixar a presidência do STF sem ter promovido uma maior pacificação no país, evidenciando a dificuldade de lidar com grupos raivosos no atual cenário político. "Eu gostaria de ter sido a pessoa que pudesse ter feito um resgate maior da civilidade no país", disse.