IE University investe em educação com 200 novas contratações

IE University investe em educação com 200 novas contratações

Reitor da IE University: 200 professores, não apenas lucros

Manuel Muñiz, reitor internacional da IE University, na sede de Madri, busca ampliar o acesso de estudantes. Em Madrid, a IE University anunciou uma expansão significativa de investimentos em educação e pesquisa: neste curso, as bolsas de estudo serão dobradas para 50 milhões de euros, e a instituição planeja contratar mais de 200 docentes e pesquisadores em tempo integral nos próximos anos.

A iniciativa visa aumentar o acesso, fortalecer a pesquisa e avançar rumo a um modelo de admissão que seja menos dependente da capacidade financeira, aproximando-se de padrões praticados por instituições norte-americanas como Harvard. Manuel Muñiz, natural de León e aos 42 anos, é o reitor internacional da IE University. Formou-se em Direito pela Universidade Complutense, doutorou-se em Relações Internacionais em Oxford e possui mestrado em administração pública pela Kennedy School da Harvard University.

A IE, que atua entre Segovia e Madrid, tem como objetivo consolidar uma visão de universidade que valoriza mérito e inclusão, sustentando um plano de crescimento que acompanhará a evolução da instituição desde a sua fundação, em 2008. O governo espanhol indicou que endureceria as condições para o reconhecimento das universidades, e a maioria das instituições privadas de prestígio preferiu não se manifestar. Muñiz, no entanto, afirma que a IE responde com ações concretas: dobrar as bolsas para 50 milhões de euros e planejar a contratação de mais de 200 docentes e pesquisadores em tempo integral, alinhando-se às exigências de qualidade estabelecidas pelo decreto que regula os campus.

A estratégia reflete um compromisso por menos foco no custo imediato e um maior compromisso com a educação e a pesquisa. Muñiz comentou: "É uma obrigação das instituições privadas prover bolsas para talentos que às vezes não podem arcar com o custo. Esperamos chegar a um modelo de admissão sem considerar a necessidade financeira, como nas universidades parceiras norte-americanas."

Muñiz destacou ainda que a missão da IE University é "melhorar o mundo por meio da educação. Se a instituição não mobiliza recursos para assistência financeira nesse montante, isso levanta questões sobre a função da universidade privada como aliada da educação." Ele acrescentou que a universidade está avaliando perfis de forma autônoma, mesmo sem que os alunos tenham solicitado a bolsa, buscando ampliar o alcance por meio de parcerias com grandes fundos de bolsas.

No que diz respeito à equipe docente, Muñiz enfatizou: "O governo está certo ao exigir que 50% da equipe tenha dedicação a tempo integral. O compromisso é cumprir essas metas e ir além." Para ele, a universidade privada não pode se tornar parte do problema da ossificação da estrutura socioeconômica. A ideia é fazer parte da escada social e econômica que a universidade simboliza, sem agravar o desafio da sustentabilidade do modelo.

Muñiz ainda comentou sobre o equilíbrio entre ensino e pesquisa nas contratações: "Nossos professores dedicam em média cerca de 40% do tempo às aulas, com o restante voltado para pesquisa e, ainda, 10% para serviços e para construir a instituição." Ele ressaltou que é necessário manter o foco em condições salariais competitivas e apoio consistente à pesquisa para reter talentos na Europa.

Em termos de perspectivas futuras, a IE University planeja consolidar quatro grandes clusters de pesquisa — economia, entorno político e geopolítica, inovação e regulação tecnológica, e transição ecológica — e manter o foco na qualidade de ensino como motor de impacto social. A instituição acredita que a pesquisa de ponta, aliada à formação acadêmica, pode transformar o cenário educacional e contribuir para o desenvolvimento sustentável da educação superior privada na Espanha e na Europa.