O Poder alagoano: PL do IR só anda depois de Renan Calheiros empurrar Arthur Lira

Projeto de Lei do Imposto de Renda só ganha tração quando Renan Calheiros pressiona e expõe a dependência de Arthur Lira no jogo de poder.

O Poder alagoano: PL do IR só anda depois de Renan Calheiros empurrar Arthur Lira

O Brasil vive, mais uma vez, o teatro político em que as engrenagens do Congresso só giram quando dois atores de Alagoas se cruzam: Renan Calheiros e Arthur Lira. O Projeto de Lei do Imposto de Renda, que patinava em comissões e bastidores, ganhou fôlego apenas quando o velho cacique do MDB resolveu dar o empurrão necessário para que o presidente da Câmara se mexesse.

Esse episódio expõe, de forma clara, como o poder político no país está concentrado em figuras que, apesar de rivais em muitos momentos, acabam se retroalimentando. Renan, experiente no jogo da pressão e da negociação, fez o que Lira não queria: colocou o tema na mesa de forma a obrigar a Câmara a dar resposta. Lira, por sua vez, acostumado a ser a chave mestra da pauta, teve que engolir o constrangimento de parecer empurrado pelo seu conterrâneo.

No fundo, a cena é emblemática: dois alagoanos comandando, por cima das diferenças, os rumos da política nacional. É como se o Brasil estivesse refém de um cabo de guerra particular, em que cada movimento precisa de cálculo, recado e, acima de tudo, demonstração de força.

O PL do IR não avança por mérito técnico ou urgência social, mas porque Renan decidiu que era hora de mostrar quem ainda dita o compasso em Brasília. Lira, embora sentado na cadeira de presidente da Câmara, continua dependente desse tipo de pressão, revelando que o poder real não está apenas no regimento, mas no jogo de bastidores.

A lição é clara: em Brasília, as engrenagens travam até que alguém empurre. E, nesse caso, só andam quando o empurrão vem de Alagoas.

Leve-se em consideração que o PL na Câmara é autônomo e de autria do deputado Arthur Lira.

Creditos: Professor Raul Rodrigues