American Airlines condenada a indenizar R$ 51 milhões por AVC em voo
24/09/2025, 11:33:17Indenização de R$ 51 milhões por negligência médica
A companhia aérea American Airlines foi condenada nos Estados Unidos a indenizar em US$ 9,6 milhões (cerca de R$ 51 milhões) um casal da Califórnia, após ser considerada responsável por não seguir seus próprios protocolos diante de uma emergência médica em pleno voo. Um idoso sofreu um derrame durante uma viagem, segundo o NY Post, que teria sido ignorado pela tripulação.
O Caso de Jesus Plasencia
Entenda o caso: Jesus Plasencia, de 67 anos, viajava de férias com a esposa, Ana Maria Marcela Tavantzis, em novembro de 2021, de Miami para Madri, na Espanha. Pouco antes do embarque, o homem apresentou sinais de um princípio de AVC (Acidente Vascular Cerebral), chegando a perder momentaneamente a fala e a coordenação motora. A esposa alertou a tripulação, mas, segundo a denúncia, o piloto ignorou o risco. O piloto chegou a brincar com o passageiro e autorizou a decolagem sem acionar o atendimento médico, como exigem as regras da própria companhia.
Gravidade da Situação
Durante o voo, o passageiro sofreu um segundo e mais grave derrame. Ele permaneceu a bordo até a aterrissagem na Espanha, onde foi internado e tratado por três semanas. A tripulação chegou a pedir que outros passageiros observassem seu estado, mas não comunicou o piloto sobre a gravidade, o que poderia ter levado a um desvio de rota de emergência.
Consequências e Sequelas
O idoso sobreviveu ao derrame, mas ficou com sequelas permanentes. Ele não consegue mais falar ou escrever e depende de cuidados 24 horas por dia, além de reabilitação intensiva. O casal alegou que, se os protocolos tivessem sido seguidos, o desfecho poderia ter sido menos severo.
Decisão Judicial
A decisão, tomada na quinta-feira (18) por um júri federal, reconheceu a responsabilidade da American Airlines sob a Convenção de Montreal, um tratado internacional que regula viagens aéreas. A companhia afirmou discordar do veredito e estuda recorrer. Não é a primeira vez que a empresa enfrenta processos semelhantes. Em 2017, foi acusada de negligência após permitir que uma passageira com sinais de AVC saísse sozinha do aeroporto JFK, em Nova York, e acabasse andando em meio ao tráfego antes de ser localizada pela polícia.