Eduardo Bolsonaro minimiza aceno de Trump a Lula
23/09/2025, 19:31:45Eduardo Bolsonaro e a Reação ao Gestos de Trump
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) declarou nesta terça-feira (23) que o aceno do presidente Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a 80ª Assembleia Geral da ONU não deve ser visto como uma vitória do governo brasileiro. Em suas postagens e entrevistas, ele afirmou que esse gesto é uma "estratégia de negociação" do republicano. Segundo ele, Trump, após ameaçar o Brasil com tarifas que podem chegar a 50% sobre os produtos brasileiros, busca reposicionar-se para negociar em uma posição de força.
O Contexto do Aceno de Trump
Trump destacou uma "ótima química" com Lula, mencionou um encontro breve nos bastidores e anunciou uma reunião futura para discutir as tarifas impostas ao Brasil. Eduardo Bolsonaro argumentou que o Brasil precisa obter benefícios reais desse encontro para evitar constrangimentos, especialmente em temas como direitos humanos.
Defesa da Anistia e Relação com o Bolsonarismo
Ele comparou a situação à defesa do bolsonarismo por uma "anistia ampla, geral e irrestrita" aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outros aliados. O blogueiro Paulo Figueiredo, próximo a Eduardo e denunciado pela PGR por suposta obstrução de justiça no caso do golpe de Estado, afirmou no X que o gestos de Trump reflete "firmeza combinada com inteligência política", sugerindo que poderia haver uma expectativa de anistia em troca da suavização das sanções americanas.
A Dinâmica das Negociações
Eduardo sublinhou que as negociações estão sendo conduzidas nos termos de Trump e que o Itamaraty foi "anulado" nesse processo. Registros do governo indicam que o Planalto foi previamente informado sobre o aceno do presidente americano. Lula, durante uma entrevista à BBC, reiterou que vetaria qualquer proposta de anistia a Bolsonaro e denunciou a falta de respeito de Trump pelo Brasil.
Pressão do Centrão e Consequências Futuras
O Centrão está pressionando por uma votação célere para redução das penas dos envolvidos nos episódios de 8 de janeiro, enquanto Eduardo e seus aliados tentam moldar a narrativa em favor do bolsonarismo. O tão esperado encontro entre Lula e Trump acontecerá na próxima semana, com o intuito de discutir tarifas e outros assuntos econômicos relevantes.
Até o momento, o gesto público de Trump e as repercussões das declarações de Eduardo Bolsonaro têm intensificado o debate sobre as estratégias do bolsonarismo e o posicionamento do governo brasileiro em relação às potenciais relações com os Estados Unidos. É uma situação que precisa ser acompanhada de perto, dado o impacto que pode ter nas relações internacionais e políticas internas.