Governo Lula critica sanções dos EUA e reafirma soberania
22/09/2025, 19:31:13Governo Lula e a Resposta às Sanções dos EUA
O Itamaraty, em uma declaração oficial, manifestou sua posição sobre as novas sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras, incluindo a mulher do ministro Alexandre de Moraes do STF. O governo Lula (PT) caracterizou esta ação como uma "nova tentativa de ingerência indevida em assuntos internos brasileiros" e prometeu que "não se curvará a mais essa agressão".
O governo destacou que a administração anterior dos EUA, sob Donald Trump, usou "inverdades" para justificar a imposição de penas financeiras. O comunicado enfatizou que esse novo ataque à soberania brasileira visa beneficiar aqueles que tentaram desestabilizar o país durante a recente crise política.
No dia 22 de setembro, o governo dos EUA incluiu Viviane Barci, esposa de Moraes, na lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky, que pune indivíduos por violações dos direitos humanos. Para o Itamaraty, esta decisão representa uma ofensa aos mais de 200 anos de amizade entre Brasil e Estados Unidos, além de demonstrar como a lei foi politizada e distorcida.
Jorge Messias, ministro da Advocacia-Geral da União, comentou sobre as sanções e a revogação de vistos, considerando estas ações como uma "agressão injusta". Ele afirma que recebe a medida "sem receios" e reforçou seu compromisso com a independência do sistema judiciário brasileiro.
Messias não é o único afetado. Outros altos funcionários do governo também deverão ser barrados de entrar nos EUA, em uma clara retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF. A revogação de vistos é vista como parte de um conjunto de ações que visam pressionar o governo atual.
A ministra Gleisi Hoffmann, responsável pelas Relações Institucionais, classificou a sanção imposta à esposa de Moraes como uma retaliação direta ao veredicto do STF, que condenou figuras ligadas a tentativas de golpe. Em suas palavras, "É impressionante: atacam o Judiciário e ainda querem discutir anistia e redução de pena para golpista".
O ministro Paulo Teixeira, que atua no Desenvolvimento Agrário, demonstrou solidariedade aos atingidos pelas sanções e enfatizou que essas medidas não têm "nenhum fundamento a não ser objetivos de interferência política colonialista no Judiciário de outro país".
As sanções incluem também figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, e a pressão política continua a ser um tema recorrente no cenário nacional. A repercussão dessas medidas ocorre enquanto o presidente Lula participa da Assembleia Geral da ONU, programando um discurso que, provavelmente, abordará essa questão delicada com o governo americano.
A situação se complica ainda mais devido ao constrangimento colocado sobre a delegação brasileira, pois Lula deve ser o primeiro a discursar, logo após os EUA. Essa visibilidade pode ser fundamental para a resposta do Brasil às recentes hostilidades.
Implicações da Lei Magnitsky
A Lei Magnitsky, que se tornou um símbolo da luta contra a violação dos direitos humanos, foi concebida em resposta a casos de corrupção e abuso de poder na Rússia. O advogado Sergei Magnitsky, que deu nome à lei, morreu sob custódia, e a legislação busca responder a ações similares em outros países.
Agora, o uso dessa lei para sancionar autoridades brasileiras levanta questões sobre o papel da diplomacia e a defesa da soberania nacional em um cenário global cada vez mais complicado.
A resposta do governo Lula e a indignação demonstrada por membros de sua equipe indicam uma tentativa clara de reafirmar a autonomia do Brasil diante das pressões externas.
Fica evidente que o governo brasileiro está comprometido em proteger seus interesses e direitos, e essa postura será importante para moldar as relações futuras entre Brasil e Estados Unidos.