Flávio Bolsonaro defende Zambelli em evento na Itália

Flávio Bolsonaro defende Zambelli em evento na Itália

Flávio Bolsonaro em Evento da Ultradireita

Flávio participou na manhã deste domingo (21) da festa anual da Liga, partido de ultradireita do vice-premiê italiano Matteo Salvini. O evento, ocorrido em Pontida, no norte da Itália, teve a presença de políticos da ultradireita italiana e europeia e homenageou o ativista conservador Charlie Kirk, assassinado nos EUA.

Comparação com Cesare Battisti

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comparou o caso da deputada federal Carla Zambelli ao do terrorista Cesare Battisti e pediu que o governo italiano não extradite a congressista para o Brasil. Zambelli está presa no país europeu desde o fim de julho, à espera da tramitação de seu processo na Justiça italiana. A palavra final será do governo italiano, por meio do Ministério da Justiça.

Durante seu discurso de cerca de dez minutos, Flávio Bolsonaro pediu a libertação de Zambelli, comparando sua situação à de Battisti, afirmando que o governo brasileiro devolveu o terrorista à Itália. "Assim como o governo do presidente Bolsonaro devolveu o terrorista Cesare Battisti para a Itália, peço que a Itália não mande Zambelli de volta para o Brasil, pois lá ela poderá morrer na cadeia injustamente", disse Flávio.

A Crítica a Alexandre de Moraes

No discurso, Flávio também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que a imprensa é responsável pelos atentados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018, e ao americano Donald Trump, em 2024, assim como pela morte de Kirk.

"Grande mídia, parem de mentir sobre nós, políticos de direita. Parem de nos chamar de extremistas, porque estão alimentando o ódio contra nós", afirmou Flávio, em português, com tradução simultânea. "Vocês têm parcela de responsabilidade na facada em Jair Bolsonaro, no tiro em Donald Trump e no assassinato de Charlie Kirk", acrescentou.

A Soberania Brasileira e a Esquerda

Vestindo uma camiseta com o nome de Salvini escrito nas costas, o senador afirmou que, "com a esquerda no poder, o Brasil perdeu a sua soberania". Segundo Flávio, "a China está comprando o Brasil inteiro, de minerais a terras boas para plantação. Mas nós, da direita, vamos lutar para que a nossa bandeira verde-amarela nunca se torne a vermelha do comunismo".

O Encontro na Prisão

Em sua passagem pela Itália, Flávio visitou, na sexta (19), Zambelli na prisão, em Roma. Ele estava acompanhado pelos senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), além do deputado Cabo Gilberto (PL-PB).

Após o encontro de cerca de duas horas, Flávio defendeu que a deputada cumpra sua pena na Itália, em prisão domiciliar, sem ser extraditada para o Brasil: "Faço um apelo ao ministro da Justiça italiano para que (...) deixe a Carla em prisão domiciliar aqui na Itália", afirmou.

Evento da Liga e Polêmica

No sábado (20), o senador participou de um evento na capital italiana com brasileiros apoiadores de Bolsonaro. Ele defendeu a anistia para os condenados por atos golpistas e criticou novamente Moraes, a quem culpou pela crise política.

O evento da Liga ocorreu ao ar livre, sobre um gramado, onde foi montado um palco. Nos discursos dos políticos da Liga, houve críticas à União Europeia, a imigrantes, ao "perigo islâmico" e à defesa da "liberdade de opinião". Alguns vestiam camiseta preta com a imagem de Kirk e a palavra "freedom" (liberdade, em inglês).

A principal atração internacional foi o francês Jordan Bardella, do partido Reunião Nacional, o mesmo de Marine Le Pen. O RN lidera, com mais de 30%, as intenções de voto na França.

O evento é realizado há mais de 30 anos em Pontida, na província de Bérgamo. Em 2024, o principal convidado foi o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, e no ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro participou com uma mensagem em vídeo, em que dizia apoiar Salvini em sua "luta contra os imigrantes ilegais".

Salvini encerrou o evento pedindo um minuto de silêncio em homenagem a Kirk, e manifestou-se contra a ida de italianos para combater na guerra da Ucrânia e contra o plano de rearmamento europeu.

Um Presságio Político

Flávio Bolsonaro finalizou seu discurso dizendo em italiano: "Itália sopra tutto, Dio sopra tutti", sua tradução para o lema bolsonarista "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Na plateia, um grupo de cerca de dez pessoas vestia bandeiras brasileiras sobre os ombros e segurava o cartaz "Free Bolsonaro" (Bolsonaro livre, em inglês).