Maduro propõe diálogo a Trump após ataque dos EUA
21/09/2025, 09:30:19Maduro se manifesta sobre ataque dos EUA
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ofereceu-se para dialogar diretamente com o governo de Donald Trump, dias após o primeiro ataque dos EUA contra uma embarcação do país sul-americano. Segundo Trump, a embarcação transportava traficantes de drogas. As informações são da Reuters.Em uma carta a Trump, vista pela Reuters, Maduro rejeitou as acusações dos EUA de que a Venezuela teria um papel central no narcotráfico. Ele destacou que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia passam pelo território venezuelano. Segundo ele, 70% dessas drogas são neutralizadas e destruídas pelas autoridades locais.
“Presidente, espero que juntos possamos derrotar as falsidades que mancharam nossa relação, que deve ser histórica e pacífica”, escreveu Maduro. Ele ainda afirmou que sempre estará aberto a uma conversa direta e franca com seu enviado especial, Richard Grenell, para superar o ruído midiático e as fake news. Maduro citou que Grenell ajudou a solucionar rapidamente acusações anteriores de que Caracas estava se recusando a receber de volta migrantes.
O líder venezuelano observou que, até hoje, esse canal de comunicação tem funcionado perfeitamente. Segundo fontes da Reuters, voos de deportação semanais de migrantes dos EUA para a Venezuela continuam, mesmo após os ataques.
A carta de Maduro foi datada de 6 de setembro, quatro dias após um ataque norte-americano contra uma embarcação que, segundo o governo Trump (sem apresentar provas), transportava traficantes de drogas. O bombardeio resultou na morte de 11 pessoas, que Trump afirmou serem membros da gangue Tren de Aragua. A Casa Branca não comentou o caso.
Trump, por sua vez, tem reforçado sua pressão sobre Caracas. Ele ameaçou, em sua rede Truth Social, que a Venezuela deveria aceitar de volta todos os prisioneiros que, segundo ele, o país teria enviado aos EUA ou enfrentaria um preço “incalculável”. Na sexta-feira, o ex-presidente anunciou pelo menos o terceiro ataque a supostos navios de tráfico venezuelanos, no contexto de uma operação militar em grande escala no Caribe. Essa operação inclui sete navios de guerra, um submarino nuclear e caças F-35.
Segundo Trump, o ataque matou “três narcoterroristas a bordo da embarcação”, embora sem apresentar provas. O governo venezuelano reivindica ter mobilizado dezenas de milhares de soldados para combater o tráfico e nega qualquer ligação entre autoridades de alto escalão e facções criminosas. Caracas também nega que os mortos no primeiro ataque estivessem ligados ao Tren de Aragua.
Maduro, que frequentemente acusa os EUA de tentarem derrubá-lo, reiterou em sua carta sua negativa sobre envolvimento com o narcotráfico. Ele declarou: “Este é o exemplo mais grave de desinformação contra nossa nação, destinada a justificar uma escalada rumo a um conflito armado que poderia causar danos catastróficos em todo o continente.”