A morte ronda Penedo; Dr. Walter – advogado –, Pinto – ex-vereador – e Quinha Sampaio – cidadão penedense

Nas últimas horas, a cidade de Penedo se viu mergulhada em um clima pesado, de silêncio e despedidas. Três nomes, cada um com sua história, mas todos ligados pela memória da terra ribeirinha, partiram: Dr. Walter, o advogado respeitado; Pinto, o ex-vereador que marcou presença na política local; e Quinha Sampaio, cidadão querido, símbolo de simplicidade e amizade.

Não se trata apenas de uma sequência de falecimentos, mas de uma sensação coletiva de perda. A cada toque de por quem os sinos tocam, a cidade revive um pedaço de sua própria história sendo arrancado. Penedo, que sempre foi marcada pela resistência e pela tradição, se vê agora diante do inevitável: a constatação de que gerações que moldaram seu caráter vão, pouco a pouco, se despedindo.

Dr. Walter carregava o peso da lei e a honra da advocacia. Pinto, mesmo em tempos passados da política, deixou suas marcas como homem público. Quinha Sampaio, sem ocupar cargos, tinha o poder do afeto, sendo lembrado pela generosidade e pelo sorriso que não se comprava com moeda alguma.

A morte ronda, mas também ensina. Ela nos lembra que os vivos têm o dever de dar continuidade àquilo que os que partiram deixaram: a firmeza no trabalho, a coragem de ocupar espaços públicos, a humanidade no trato com o próximo. Se não aprendermos, corremos o risco de transformar as perdas em apenas estatísticas de obituário, quando, na verdade, são capítulos de uma cidade que se escreve diariamente.

Penedo chora, mas também deve refletir. Não basta lembrar com lágrimas; é preciso transformar memória em atitude. Porque, se a morte ronda, a vida insiste — e é nela que se constrói a verdadeira homenagem.