Coreia do Norte aumenta pena de morte por filmes estrangeiros
13/09/2025, 11:32:52Coreia do Norte e a Pena de Morte
Um recente relatório da ONU revelando a ampliação da pena de morte na Coreia do Norte indica um cenário alarmante. O governo norte-coreano, sob a liderança de Kim Jong Un, intensificou o uso da execução capital, especialmente contra indivíduos que assistem ou compartilham filmes e séries estrangeiras. Essa brutalidade se junta a uma crescente repressão das liberdades individuais e ao aumento do trabalho forçado entre a população.
O Aumento da Repressão
O Escritório de Direitos Humanos da ONU destacou que, na última década, o regime norte-coreano tem exercido controle absoluto sobre todos os aspectos da vida dos cidadãos. "Não há outra população no mundo de hoje sob tamanhas restrições", afirma o relatório, que também ressalta o aumento da vigilância, impulsionado por avanços tecnológicos.
Aumento das Execuções Públicas
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou sérias preocupações sobre o estado atual dos direitos humanos na Coreia do Norte. Caso a situação persista, os norte-coreanos continuarão a sofrer com uma repressão brutal e medo constante. O documento, baseado em mais de 300 depoimentos de desertores que fugiram do país nos últimos dez anos, aponta um aumento no número de execuções por crimes que antes eram tratados com mais leveza.
Leis Restritivas e Impactos
Desde 2015, pelo menos seis novas leis foram estabelecidas, mostrando um rigor maior em relação à pena de morte. O regime adotou medidas severas, como a execução para quem for pego assistindo a conteúdos estrangeiros, refletindo a estratégia de Kim Jong Un para controlar o fluxo de informações e limitar o acesso cultural dos cidadãos.
Condicionantes de Vida na Coreia do Norte
Depoimentos indicam que, desde 2020, os fuzilamentos públicos aumentaram, instituindo um clima de medo entre a população. A história de Kang Gyuri, uma desertora, é reveladora: ao fugir, ela contou que seus amigos foram executados por assistirem a conteúdos sul-coreanos. “Ele foi julgado junto a criminosos de drogas. Hoje esses crimes são tratados da mesma forma”, relatou.
Promessas Quebradas
Quando Kim Jong Un ascendeu ao poder em 2011, ele prometeu um futuro melhor para seu povo, mas a realidade é bem diferente. A situação socioeconômica piorou drasticamente, especialmente após a ruptura com a diplomacia ocidental em 2019 e a priorização do programa de armas. As condições de vida se deterioraram a tal ponto que muitos cidadãos relataram não ter o que comer.
Repressão e Vigilância Intensificadas
Além da repressão, o governo intensificou a vigilância nas fronteiras, ordenando que guardas atirassem em indivíduos que tentassem fugir. Esse controle se estende aos mercados informais, fundamentais para a subsistência das famílias no país.
Trabalho Forçado e Condições Desumanas
O uso de trabalho forçado aumentou com famílias sendo recrutadas para “brigadas de choque”, realizando tarefas extenuantes e perigosas. A justificativa do regime é tratar as mortes nesse contexto como “sacrifícios” em nome do líder. O relatório da ONU também menciona a exploração de órfãos e crianças de rua para essas atividades.
Ainda que a comunidade internacional tenha pressões sobre o regime desde 2014, quando a ONU classificou seus atos como crimes contra a humanidade, os campos de prisioneiros permanecem em funcionamento. Fugidos relatam atrocidades como tortura e morte devido a condições desumanas.
O Papel da ONU e do Conselho de Segurança
O relatório pede que a situação da Coreia do Norte seja levada ao Tribunal Penal Internacional de Haia, embora tal medida dependa do Conselho de Segurança da ONU, onde China e Rússia têm barrado sanções.
Apoio Internacional e Futuro Esperançoso
Recentemente, Kim Jong Un participou de um desfile militar em Pequim ao lado de líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin, simbolizando o apoio externo ao programa nuclear norte-coreano. A ONU continua a pressionar por mudanças significativas, como a abolição da pena de morte e a inclusão de uma educação sobre direitos humanos na sociedade norte-coreana. "Nosso relatório mostra um desejo claro e forte de mudança, especialmente entre os jovens norte-coreanos", concluiu Volker Türk.