STF fixa penas de Bolsonaro entre 25 e 30 anos
08/09/2025, 13:34:13Contexto do julgamento e cálculo das penas
A discussão sobre a dosimetria das penas no processo envolvendo o principal núcleo da trama golpista entrou em nova fase decisiva. Com a condenação dos réus alinhavada, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta agora o cálculo das penas, etapa conhecida como dosimetria, que definirá a duração efetiva das punições.
Posicionamentos da PGR e das defesas
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende a condenação dos oito réus por cinco crimes, o que, somadas as penas máximas previstas, poderia ultrapassar 40 anos de prisão para cada condenado. Em contrapartida, as defesas buscam reduzir esse patamar, apresentando teses jurídicas para fusão de crimes e argumentando que algumas condutas devem ser consideradas como uma única prática para efeito de pena.
Crimes em julgamento
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Tentativa de golpe de Estado
- Dano qualificado contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
- Organização criminosa armada
Segundo as defesas, a aplicação de critérios de fusão para crimes que tratam da mesma ação pode reduzir significativamente a pena total. Por exemplo, os argumentos indicam que a abolição violenta do Estado Democrático de Direito e a tentativa de golpe de Estado se referem a uma mesma prática e, portanto, deveriam ser computados uma única vez para efeito de pena.
Expectativa da 1ª Turma
No âmbito reservado do colegiado, integrantes da 1ª Turma apostam que a solução ficará em um meio-termo entre a expectativa da PGR e o pedido das defesas. A tendência é de que as penalidades finais se aproximem mais do pedido ministerial, com estimativa de penas fixadas entre 25 e 30 anos de prisão para cada condenado.
Fatores que influenciam a dosimetria
- Reconhecimento de causas de diminuição ou aumento de pena;
- Possível fusão de crimes quando há identidade de conduta;
- Interpretações divergentes entre os ministros sobre a gravidade das condutas;
- Impacto de precedentes e votos anteriores no mesmo tema.
Alguns ministros demonstraram simpatia pela tese de fusão defendida pelas defesas, o que pode levar a um ajuste para valores inferiores aos máximos legais. Ainda assim, a PGR mantém posição de que a gravidade dos fatos justifica penas severas.
Agenda e dinâmica da sessão
Após a apresentação dos votos pelos ministros, a 1ª Turma seguirá para a dosimetria das penas, quando cada integrante indicará a pena que entende adequada a cada réu. Caso não haja consenso, será elaborado o chamado voto médio, buscando um patamar intermediário entre as posições divergentes.
Na prática, essa etapa envolve nova votação e deliberação sobre detalhes como circunstâncias judiciais e substituição de penas quando aplicável. A votação é essencial para definir se a punição será próxima ao limite pedido pela PGR ou se haverá redução significativa por conta das teses defensivas.
Contexto político e repercussões
O debate sobre a fixação das penas ganhou intensidade também por conta das movimentações no Congresso em torno de projetos de anistia. A possibilidade de leis que, no futuro, aliviem ou anistiem condenados passou a influenciar as discussões sobre qual patamar de pena adotar no julgamento.
Parlamentares que articulam medidas de anistia podem ter interesse em penas menores na condenação para facilitar a tramitação ou o acolhimento de propostas que concedam perdão a envolvidos na trama. Esse contexto político adiciona outra camada de complexidade à decisão dos ministros.
Possíveis desdobramentos judiciais
Se as penas forem fixadas em níveis elevados, como os apontados pela PGR, os réus têm à disposição recursos e medidas judiciais para questionar a dosimetria em instâncias superiores. Já penas menores podem reduzir o impacto imediato de eventuais recursos, mas não eliminam a possibilidade de revisão por Tribunais Superiores.
Conclusão
O momento atual do processo exige atenção tanto à técnica jurídica quanto ao cenário político que o cerca. A expectativa de penas entre 25 e 30 anos reflete a busca dos ministros por um equilíbrio entre a gravidade das acusações e os argumentos das defesas. A dosimetria será decisiva para o desfecho prático do caso.
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