Michelle Bolsonaro critica STF e chama ministros de tiranos

Às vésperas do julgamento, Michelle Bolsonaro faz duras acusações ao STF

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro intensificou as críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo, ao enviar um áudio destinado a manifestações bolsonaristas em Brasília e no Rio de Janeiro. Em tom contundente, ela classificou ministros como perversos, tiranos e injustos, sem citar nomes. O episódio reacende o clima tenso entre apoiadores de Jair Bolsonaro e o Judiciário, a poucos dias do julgamento do ex-presidente pela trama golpista.

O áudio e as críticas

No áudio, Michelle afirma: "Movidos por vingança, autoridades perversas prenderam inocentes, crianças foram levadas para um campo de detenção montado na Polícia Federal. Idosas foram presas por causa do 8 de janeiro, estão sendo espancadas na cadeia", diz Michele no áudio.

Ela prosseguiu, dizendo que o país vive uma espécie de ditadura que inclui perseguição política. "Ministros, vocês prometeram cumprir as leis e defenderem a nossa constituição. Ela está sendo rasgada diariamente, injustiças são cometidas por alguns poucos do vosso meio que se dizem juízes, mas agem como tiranos."

Michelle também definiu o julgamento relacionado à trama golpista como "uma grande peça teatral com o enredo de perseguição e ilegalidades". A repercussão do áudio ocorre enquanto movimentos políticos coordenam atos em diferentes capitais, em uma tentativa de demonstrar apoio ao ex-presidente e questionar o papel do Judiciário.

Manifestações e discursos nas ruas

Em Brasília, manifestantes promoveram um ato na manhã de domingo com críticas explícitas ao governo Lula e ao Judiciário, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Cartazes pediam anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, proposta que ganhou tração no Congresso na última semana.

O tom das falas nas manifestações foi inflamado. "Quero deixar recado bem claro pra Alexandre de Moraes e Lula, os dias de vocês estão se acabando. Vocês não vão permanecer sendo corruptos, imundos e ditadores que vocês são. O povo brasileiro vai vencer essa guerra, porque é Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", disse o deputado Zé trovão (PL).

A parlamentar Bia Kicis (PL-DF) também criticou o governo ao qual se opõe, aproveitando-se da efeméride para atacar a exaltação da soberania promovida pelo Executivo. O público entoou gritos como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".

Contexto do julgamento e repercussão política

O julgamento que envolve Jair Bolsonaro refere-se à investigação sobre a organização de atos golpistas, e a reação de aliados e familiares tem sido uma estratégia para mobilizar a base e tentar pressionar instituições. A postura adotada por Michelle Bolsonaro reflete a tensão crescente entre alas do bolsonarismo e o STF.

Especialistas e comentaristas observam que ataques a ministros e a chamada "ditadura da toga" têm sido um recurso retórico frequente em manifestações de apoio ao ex-presidente. Ao mesmo tempo, defensores do Judiciário argumentam que as decisões seguem a Constituição e o devido processo legal.

Consequências e perspectivas

Com o julgamento marcado, a expectativa é de que a polarização se mantenha alta. A continuidade das manifestações e a articulação política em torno de medidas como a anistia podem influenciar debates no Congresso e na opinião pública. Analistas ressaltam que o ambiente político permanece volátil e que declarações públicas de figuras influentes, como Michelle Bolsonaro, tendem a amplificar a discussão.

Conclusão

Michelle Bolsonaro intensificou o embate com o STF e estimulou apoiadores em atos públicos, numa estratégia que pode impactar o cenário político nas próximas semanas. A dinâmica entre manifestações de rua, decisões judiciais e movimentações no Congresso seguirá no centro das atenções.

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