Lixo atrai urubus, ratos, cobras, escorpiões e lagartos, este muda de cor

Na natureza, cada espécie tende a buscar a si mesma. O leão caminha com leões, as formigas seguem suas iguais, os pássaros migram em bandos. É uma lei silenciosa e implacável: semelhantes se atraem. Quando aplicada ao convívio humano e, em especial, à política, essa lógica se torna ainda mais clara — e, muitas vezes, cruel.

A expressão popular “o resto só atrai resto” traduz, em termos simples, essa dinâmica. Aqueles que não conseguem se firmar pelo mérito, pela dignidade ou pela competência, acabam se cercando de outros tão frágeis quanto eles. É a união do que sobra, daquilo que não tem brilho próprio e precisa da sombra alheia para sobreviver.

Na política, vemos com frequência a materialização dessa lei. Figuras sem projeto de futuro, sem vocação para o serviço público e com histórico duvidoso tendem a se unir entre si. Criam alianças que mais parecem uma reunião de sobreviventes do fracasso do que uma construção coletiva em prol da sociedade. Como aves de rapina que se juntam ao redor da carniça, formam blocos de conveniência, sustentados por interesses mesquinhos, favores e ressentimentos.

O curioso é que, mesmo nessas uniões, não há fidelidade verdadeira. O que mantém o grupo unido não é a afinidade de ideias ou a nobreza de propósitos, mas a necessidade de sobrevivência política. Como no reino animal, é o instinto, não a razão, que guia essas escolhas. Quando o ambiente se torna hostil, cada um procura a saída que mais lhe favorece, sem hesitar em trair os companheiros de jornada.

Já os que possuem identidade, história e grandeza atraem seus semelhantes. Assim como as águias voam alto e solitárias, os líderes de verdade não precisam se misturar ao que sobra. Têm luz própria, atraem respeito e conquistam aliados que compartilham de sua visão.

Portanto, compreender essa lei das espécies aplicada às relações humanas é fundamental. O resto atrai resto porque não tem força para se aproximar da excelência. O medíocre precisa do medíocre para se sentir confortável. E, em contrapartida, o que é nobre sempre buscará aquilo que é da mesma natureza: grandeza chama grandeza.