Tenório diz que jogadores pediram bicho de R$ 800 mil
06/09/2025, 09:35:44Rafael Tenório e a cobrança pelos objetivos do CSA
O ex-presidente do CSA Rafael Tenório voltou a falar com franqueza sobre os bastidores do clube em entrevista ao ge. Segundo Tenório, a direção enfrentou problemas graves na tentativa de montar um plano de premiação para a disputa da Série C, o que gerou um clima de tensão no vestiário e decisões administrativas polêmicas.
O pedido de bicho e a visão de Tenório
De acordo com o ex-dirigente, houve uma cobrança financeira elevada por parte do elenco para alcançar metas imediatas. "Num contato que tivemos, ela me disse que os jogadores queriam R$ 800 mil pra entrar no G-8. Eu falei assim: \"Esse valor, Mirian, é pra dar pelo acesso, não é pra entrar no G-8. Você paga esse valor, entra no G-8, não se classifica e aí jogou o dinheiro no mato.\"" Tenório critica a ideia de destinar quantias tão altas para premiações que, em sua visão, deveriam ser vinculadas a conquistas maiores, como o acesso.
Erros repetidos e comparação com 2022
Para Tenório, o CSA repetiu erros cometidos em 2022. Ele lembra que, naquela temporada, com oito jogos faltando, o time tinha condições de alcançar os pontos necessários, mas decisões internas e escolhas da diretoria prejudicaram o andamento da campanha. O ex-presidente relata que se ofereceu para colaborar na reta final da competição, mas não teve apoio da direção à época.
Os pontos centrais apontados por Tenório
- Planejamento financeiro inadequado: premiações fora de contexto que poderiam comprometer o caixa do clube.
- Falta de união entre diretoria e comissão técnica: discordâncias sobre contratações e mudanças de comando.
- Gestão de crise insuficiente: ausência de medidas claras para lidar com instabilidade no elenco e na torcida.
O retorno sugerido de Higo Magalhães
Tenório conta que orientou a ex-presidente Mirian Monte a trazer de volta o técnico Higo Magalhães, depois que a equipe passou por uma troca no comando. Segundo ele, o retorno do treinador teria sido uma oportunidade para reorganizar o time. Ele relata ainda que conversou com Mirian sobre a necessidade de um plano com base no financeiro do clube e que se ofereceu para acompanhar treinos de forma discreta para dar suporte à comissão técnica.
Em sua fala, Tenório descreve o episódio em que Mirian não compareceu a uma reunião marcada para alinhar essa ajuda: "\"E ela (Mirian) não foi à empresa, foi jogar contra o Ituano. Eu entendi, passei uma mensagem dizendo que o que aconteceu com ela foi o mesmo que aconteceu com o Omar. Ela ficou com medo de a minha presença lá (no CT) para (ajudar a) conseguir os objetivos e depois os méritos não serem dela, quando, na verdade, seriam, e não meus.\""
Decisões e resultados em campo
Na avaliação do ex-presidente, a insistência em escolhas questionáveis contribuiu para o desempenho irregular do CSA no campeonato. Tenório lembra que, após diferentes partidas decisivas, o time empatou e perdeu jogos que, na sua leitura, poderiam ter sido tratados de forma diferente com mais planejamento e apoio técnico adequado.
Impacto administrativo e esportivo
As consequências do momento político e esportivo se refletem em várias frentes: queda na confiança da torcida, desgaste financeiro e risco à sustentabilidade do clube. Tenório enfatiza que, sem uma gestão alinhada e sem prioridades bem definidas entre poupar recursos e investir em premiações, o clube tende a cometer os mesmos erros repetidamente.
Análise final: riscos de decisões imediatistas
A história contada por Tenório serve como alerta para gestores e conselhos de clubes. A prática de ajustar premiações altas para objetivos de curto prazo, sem garantir fundamentos financeiros, pode comprometer projetos de médio e longo prazo. Para ele, a solução passa por clareza no planejamento, diálogo entre diretoria e comissão e foco em medidas sustentáveis.
Em suas próprias palavras, Tenório classifica o momento vivido pelo clube como "Caótico" e lamenta que oportunidades de organização tenham sido desperdiçadas, segundo sua visão, por receios internos e falta de coesão na tomada de decisões.
O que fica para o torcedor e para a gestão
O relato de Rafael Tenório apresenta pontos de reflexão: a necessidade de transparência na gestão, a responsabilidade ao oferecer premiações e a importância de decisões técnicas consistentes. A repetição de erros, quando não corrigida, tende a aprofundar crises administrativas e esportivas.
Conclusão e chamada para ação
O depoimento do ex-presidente traz informações relevantes sobre os bastidores do CSA e levanta debate sobre prioridades na gestão de clubes. Se você se interessa por futebol, gestão esportiva e os desdobramentos desse caso, acompanhe nossa cobertura e deixe sua opinião nos comentários. Compartilhe este texto, siga nossas atualizações e participe da discussão para ajudar a construir um debate mais informado sobre futebol e administração esportiva.