Sobrevivente do serial killer de Maceió relata sequelas
04/09/2025, 15:31:25Relato da vítima e impacto do ataque
O jovem Alan Vitor dos Santos Soares, de 21 anos, voltou a ser ouvido em julgamento e descreveu o episódio que mudou sua vida. Atingido por vários disparos enquanto voltava do trabalho para a casa da avó, Alan passou meses em tratamento e enfrentou um período crítico de recuperação. O atentado ocorreu em 12 de junho de 2024, no bairro Vergel do Lago, em Maceió, e deixou sequelas físicas e emocionais que ainda afetam sua rotina.
Julgamento e provas apresentadas
No júri realizado no Fórum do Barro, a testemunha relatou ter sido seguida e, no momento do ataque, atingida por quatro tiros: um na nuca, dois no pulmão e outro de raspão na orelha. Segundo o Ministério Público, o depoimento de Alan foi fundamental para o avanço das investigações, pois a partir de sua denúncia a polícia pôde consolidar elementos que ligavam o réu aos fatos. O caso que ganhou destaque na mídia reacendeu o debate sobre segurança pública e violência urbana em Alagoas.
Consequências médicas e sociais
Alan passou dois meses internado, sendo cerca de 30 dias em coma. Desde então, a família relata mudanças importantes em sua saúde: crises de epilepsia e limitações nas mãos que comprometeram sua atividade profissional como barbeiro. A irmã, Laura Nicole, emocionou o tribunal ao afirmar que o irmão "sempre foi do bem" e que não tinha envolvimento com drogas, reforçando o perfil de vítima e o caráter inesperado e brutal do ataque.
Depoimentos de testemunhas
Além da vítima, outras testemunhas contribuíram para a narrativa dos fatos. Um amigo de infância, Wesley Michael Alves dos Santos, disse ter ouvido os disparos e visto o suposto autor do crime passando pela rua com roupas escuras. A promotoria exibiu fotos que, segundo a testemunha, permitiram o reconhecimento do suspeito. Essas declarações ajudaram a construir um quadro probatório mais consistente durante o julgamento.
Posicionamento do réu e contradições
O réu, identificado como Albino Santos de Lima, tem histórico de confissões anteriores e, ainda assim, apresentou versão contraditória em julgamento. Apesar de o Ministério Público afirmar que Albino já havia confessado 18 crimes contra a vida, durante o júri ele admitiu autoria de apenas um homicídio. Em sua fala, tentou justificar inconsistências ao dizer que não havia tomado medicação e que estava cansado no depoimento anterior, o que levantou questionamentos por parte da acusação sobre a veracidade das confissões iniciais.
Contexto das condenações anteriores
Albino já havia sido condenado anteriormente por crimes graves. Entre as sentenças, consta uma pena de 24 anos e seis meses pela morte da mulher trans Louise Gbyson Vieira de Melo. Em outro julgamento, ele foi condenado a 37 anos de prisão pela morte do barbeiro Emerson Wagner e pela tentativa de homicídio contra uma jovem. Em depoimentos anteriores, o réu chegou a afirmar que foi "possuído pelo fogo do arcanjo Miguel" e que o "arcanjo foi o autor intelectual" do crime, declarações que chamaram atenção e geraram questionamentos sobre sua responsabilidade e estado mental.
Aspectos legais e psiquiátricos
Após sua prisão, Albino passou por avaliações psiquiátricas que atestaram sua plena capacidade mental, permitindo que ele responda pelos crimes em julgamento. A afirmação da perícia foi um ponto crucial para que o processo seguisse em tribunal popular, indicando que eventuais explicações de ordem religiosa ou delirante não foram suficientes para configurar inimputabilidade. A defesa, por sua vez, tentou sustentar atenuantes, ao passo que a acusação trabalhou para demonstrar a reiteração e a gravidade dos atos.
Impacto na comunidade e segurança pública
Casos como esse levantam questões sobre a sensação de insegurança em bairros e a necessidade de medidas preventivas. O fato de uma vítima ter sido seguida e baleada ao voltar do trabalho evidencia vulnerabilidades no cotidiano de moradores que dependem de deslocamentos diários. A repercussão do caso também traz à tona a importância de suporte às vítimas, tanto no atendimento médico quanto no acompanhamento psicológico e na reinserção profissional.
Sequelas e recuperação
As sequelas físicas e neurológicas decorrentes de tiros podem ser duradouras. No relato apresentado em juízo, Alan comentou sobre limitações motoras e crises que alteraram sua rotina. A recuperação, quando possível, exige reabilitação, fisioterapia e acompanhamento especializado. Além disso, o impacto emocional de reviver o episódio durante o julgamento pode agravar os sintomas, tornando essencial um conjunto integrado de assistência para vítimas de violência.
Reflexões finais e próximos passos
O caso segue sendo acompanhado de perto pela sociedade e pela imprensa, e o desfecho do julgamento pode trazer consequências importantes para a responsabilização do acusado e para a sensação de justiça das vítimas e familiares. A mobilização em torno de políticas públicas mais eficazes e de programas de apoio às vítimas é um desdobramento necessário quando tragédias como essa ganham visibilidade.
Conclusão
O relato do sobrevivente reforça a gravidade do ataque e as marcas que ficam para além das feridas físicas. O julgamento é um momento de busca por responsabilização e também um alerta sobre os efeitos duradouros da violência. Se você quer acompanhar mais reportagens como esta e participar da conversa sobre segurança pública e apoio às vítimas, deixe um comentário abaixo e compartilhe este texto nas redes sociais. Sua interação ajuda a ampliar a discussão e cobrar melhorias na proteção da nossa comunidade.