Esquema milionário de madeira é descoberto em Maceió
04/09/2025, 12:31:19Operação do MPAL revela esquema de fraudes no comércio de madeira
Uma operação liderada pelo Ministério Público de Alagoas, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), desmontou um esquema sofisticado de fraudes fiscais ligado ao comércio de madeira em Maceió. As investigações apontam para a utilização de empresas fictícias e a emissão de milhares de notas fiscais falsas, resultando em um impacto financeiro estimado em mais de R$ 6,7 milhões aos cofres públicos.
Como o esquema funcionava
Segundo as apurações, o grupo criminoso operava por meio da criação de diversas empresas registradas em um mesmo endereço, todas conectadas a um mesmo núcleo familiar. Para ocultar a real administração do negócio, os responsáveis utilizavam familiares e “laranjas” como sócios formais. O verdadeiro gestor do esquema permanecia oculto, sem constar no quadro societário das empresas.
Principais recursos usados pelo grupo
- Emissão de notas fiscais frias que não correspondiam a operações reais;
- Criação de seis empresas fictícias para simular circulação de mercadorias;
- Registro das empresas no regime do Simples Nacional para reduzir, de forma fraudulenta, a carga tributária;
- Uso de familiares e terceiros como sócios para dificultar a responsabilização legal.
Ação e apreensões
A operação deflagrada pelo Gaesf cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em estabelecimentos comerciais e residências dos investigados, inclusive em condomínios de alto padrão. Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos, veículos, motos, dinheiro em espécie e uma arma, que segundo o alvo principal da operação está registrada e foi recolhida por precaução para averiguação.
Itens recolhidos na ação
- Documentos societários e fiscais;
- Computadores e equipamentos eletrônicos;
- Veículos e motocicletas relacionados aos investigados;
- Dinheiro em espécie;
- Arma de fogo, encaminhada para perícia.
Impactos na arrecadação e na concorrência
O esquema causou prejuízos significativos ao erário, prejudicando a arrecadação estadual e, consequentemente, a capacidade de financiamento de políticas públicas destinadas à população. Além do dano fiscal, a prática configurou concorrência desleal contra empresas idôneas do setor madeireiro, que arcam com tributos e custos legais e, assim, ficam em desvantagem frente a operadores que atuam de maneira fraudulenta.
Consequências para o mercado
- Redução da competitividade de empresas legais;
- Prejuízo à confiança do consumidor no setor;
- Possível necessidade de fiscalização mais intensa no segmento de madeira e material de construção.
Participação dos órgãos públicos
A ação contou com o apoio integrado de diversos órgãos estaduais, além do Gaesf. Participaram a Secretaria da Fazenda, a Procuradoria-Geral do Estado, a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Científica e a Secretaria de Ressocialização. Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
Investigação e próximos passos
As investigações seguem em curso para identificar todos os envolvidos e quantificar com precisão o montante desviado. A apuração busca também localizar eventuais bens adquiridos com recursos ilícitos e avançar nas ações de recuperação do prejuízo ao erário. As medidas podem incluir pedidos de bloqueio de bens, afastamento de sócios e responsabilização criminal dos responsáveis.
Transparência e prevenção
Casos como este reforçam a necessidade de mecanismos de controle mais rígidos para segmentos vulneráveis a fraudes fiscais. A integração entre órgãos fazendários, fiscais e de segurança é essencial para identificar irregularidades e proteger a arrecadação pública. Para o setor privado, a situação alerta para a importância de práticas de compliance e de conformidade tributária como forma de preservar a competitividade e a reputação empresarial.
Conclusão
O desdobramento da operação em Maceió evidencia a capacidade do Ministério Público e das forças de segurança em identificar e desarticular esquemas complexos que lesam o erário e prejudicam a economia local. A atuação conjunta dos órgãos mostrou-se determinante para apreensões e colheita de provas que poderão levar à responsabilização dos envolvidos.
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