Casal encontra câmera disfarçada em Airbnb de Goiás

Casal encontra câmera disfarçada em Airbnb de Goiás

Casal encontra dispositivo oculto durante estadia em Pirenópolis

Um casal de Brasília viveu uma situação desconfortável ao descobrir uma câmera disfarçada de lâmpada no imóvel que havia alugado pelo Airbnb em Pirenópolis (GO). A descoberta, feita já no dia da chegada, levou o casal a deixar a hospedagem imediatamente e registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil de Goiás.

Como ocorreu a descoberta

Segundo o relato das vítimas, o casal chegou ao imóvel em uma quinta-feira com previsão de permanência até a segunda-feira. Ao entrar, um dos hóspedes notou que a lâmpada instalada no teto lhe pareceu estranha, mas ambos consideraram que poderia se tratar de um sensor ou luz de emergência.

No sábado, após pesquisar na internet sobre o modelo do objeto, o hóspede concluiu que se tratava de uma câmera. Diante da constatação, o casal optou por deixar o local e, no dia seguinte, formalizou a denúncia junto à polícia.

Investigação e tipificação do crime

O delegado responsável pelas investigações em Pirenópolis, Tibério Cardoso, informou que o proprietário da casa havia comunicado aos hóspedes a existência de três câmeras, todas no exterior da residência. Ainda assim, "E para surpresa deles, foi encontrada uma câmera no interior do imóvel da residência que poderia flagrar algumas cenas de intimidade das pessoas que ali estavam."

De acordo com o delegado, a ocorrência foi registrada inicialmente como violação de exposição da intimidade sexual, prevista no artigo 216-B do Código Penal. Cardoso ressaltou que a investigação permanece aberta e que outras tipificações criminais podem ser avaliadas conforme o andamento das apurações.

Possíveis desdobramentos legais

Além da tipificação inicial, a apuração poderá considerar outros crimes conexos, dependendo do que for comprovado. Entre as hipóteses citadas pelo delegado estão o constrangimento ilegal e até extorsão, caso haja tentativa de cobrança por imagens privadas. As diligências incluem ouvir o dono do imóvel, um possível funcionário responsável pela limpeza e consultar a plataforma intermediadora da locação.

Resposta da plataforma

O iG questionou o Airbnb sobre o caso. A plataforma, em nota, afirmou que está investigando a situação e reforçou que "Câmeras escondidas sempre foram proibidas no Airbnb. A plataforma leva a sério os raros relatos de violações de sua política".

Riscos e impactos para hóspedes

Além do abalo emocional, situações como essa expõem vítimas a constrangimento, perda de privacidade e risco de utilização indevida de imagens íntimas. Mesmo quando não há divulgação, a insegurança gerada por invasão de privacidade pode comprometer viagens, hospedagens e a confiança em serviços de aluguel por temporada.

Consequências para proprietários e anunciantes

  • Responsabilidade civil: proprietários podem responder por danos morais e materiais caso comprovada a invasão de privacidade.
  • Responsabilidade penal: dependendo da intenção e da forma de obtenção e uso das imagens, podem incidir crimes previstos no Código Penal.
  • Suspensão de plataformas: em casos comprovados, perfis ou anúncios podem ser removidos de plataformas como o Airbnb, que têm políticas estritas sobre dispositivos de vigilância.

Como se proteger ao alugar uma casa ou apartamento

Para reduzir riscos ao reservar hospedagens por plataformas digitais, especialistas e autoridades recomendam algumas medidas práticas:

  • Ao chegar, faça uma varredura visual em cômodos privados (quartos e banheiros) procurando por objetos e luminárias incomuns.
  • Verifique a presença de buracos, aberturas estranhas e dispositivos eletrônicos posicionados em locais que apontem para áreas íntimas.
  • Consulte avaliações de outros hóspedes e fotos do imóvel; desconfie de anúncios com imagens escassas ou inconsistentes.
  • Se identificar algo suspeito, documente com fotos, grave o boletim de ocorrência e saia do local com segurança.

O que as autoridades farão

A Polícia Civil de Goiás informou que irá intimar o proprietário do imóvel e uma pessoa que realiza a limpeza da casa. Também serão solicitadas informações e colaboração da plataforma Airbnb para auxiliar na investigação. As vítimas deverão ser ouvidas novamente para detalhar o caso e ajudar na identificação de responsáveis e na definição das tipificações penais.

Considerações finais

Casos de equipamentos de vigilância ocultos em imóveis de aluguel por temporada, embora raros, geram preocupação crescente entre viajantes. A combinação de atenção do hóspede, cooperação das plataformas digitais e atuação célere das autoridades é essencial para coibir práticas que atentem contra a intimidade e a segurança dos usuários.

Se você já passou por situação semelhante ou tem dúvidas sobre segurança em hospedagens, compartilhe sua experiência nos comentários e acompanhe nosso blog para mais orientações e atualizações sobre este caso.