Até votar contra B2 na oposição pode, desde que critique Guilherme Lopes
03/09/2025, 17:51:56O destempero tão grande que até os votos de Penedo não valem para B2. Por que será?
Na política penedense, o jogo de conveniências tem se mostrado mais forte do que a coerência. O curioso fenômeno que se desenha é o seguinte: até votar contra B2, numa postura aparentemente oposicionista, é aceitável – desde que, no mesmo gesto, não se esqueça de lançar críticas a Guilherme Lopes. Ou seja, não importa o mérito do voto, nem mesmo a linha de atuação parlamentar; o que realmente pesa é o alvo das críticas.
Esse comportamento escancara uma lógica distorcida que fragiliza o debate político. A oposição, que deveria se firmar como espaço de fiscalização séria e de contraponto ao governo, acaba sendo usada como palco para pequenas disputas pessoais. O risco é transformar a arena política num ringue de ataques direcionados, onde a coerência se dilui diante da conveniência de quem ocupa microfones e tribunas.
Guilherme Lopes, por sua vez, virou espécie de “senha de acesso” para quem deseja se legitimar na cena política. Criticá-lo tornou-se mais relevante do que questionar de fato os rumos administrativos, como se o futuro da cidade pudesse ser reduzido a uma simples narrativa de antagonismos fabricados. É um jogo perigoso, porque desloca o centro do debate: em vez de discutir soluções para os problemas da população, alimenta-se uma agenda de desgaste individual.
É válido lembrar que oposição responsável não se constrói com base em ressentimentos ou ataques pessoais. Ela se consolida com argumentos, dados e projetos alternativos. Quando a crítica se transforma em obsessão por um único nome, abre-se espaço para que os verdadeiros erros administrativos passem despercebidos.
No fundo, essa lógica mostra que parte da política penedense ainda insiste em caminhar no trilho da mesquinharia, onde a vaidade fala mais alto do que o compromisso com a cidade. Votar contra B2 pode até parecer ousadia, mas se a condição para tal gesto é direcionar ataques a Guilherme Lopes, o que se vê não é coragem política, e sim oportunismo travestido de oposição.