Até votar contra B2 na oposição pode, desde que critique Guilherme Lopes

O destempero tão grande que até os votos de Penedo não valem para B2. Por que será?

Até votar contra B2 na oposição pode, desde que critique Guilherme Lopes

Na política penedense, o jogo de conveniências tem se mostrado mais forte do que a coerência. O curioso fenômeno que se desenha é o seguinte: até votar contra B2, numa postura aparentemente oposicionista, é aceitável – desde que, no mesmo gesto, não se esqueça de lançar críticas a Guilherme Lopes. Ou seja, não importa o mérito do voto, nem mesmo a linha de atuação parlamentar; o que realmente pesa é o alvo das críticas.

Esse comportamento escancara uma lógica distorcida que fragiliza o debate político. A oposição, que deveria se firmar como espaço de fiscalização séria e de contraponto ao governo, acaba sendo usada como palco para pequenas disputas pessoais. O risco é transformar a arena política num ringue de ataques direcionados, onde a coerência se dilui diante da conveniência de quem ocupa microfones e tribunas.

Guilherme Lopes, por sua vez, virou espécie de “senha de acesso” para quem deseja se legitimar na cena política. Criticá-lo tornou-se mais relevante do que questionar de fato os rumos administrativos, como se o futuro da cidade pudesse ser reduzido a uma simples narrativa de antagonismos fabricados. É um jogo perigoso, porque desloca o centro do debate: em vez de discutir soluções para os problemas da população, alimenta-se uma agenda de desgaste individual.

É válido lembrar que oposição responsável não se constrói com base em ressentimentos ou ataques pessoais. Ela se consolida com argumentos, dados e projetos alternativos. Quando a crítica se transforma em obsessão por um único nome, abre-se espaço para que os verdadeiros erros administrativos passem despercebidos.

No fundo, essa lógica mostra que parte da política penedense ainda insiste em caminhar no trilho da mesquinharia, onde a vaidade fala mais alto do que o compromisso com a cidade. Votar contra B2 pode até parecer ousadia, mas se a condição para tal gesto é direcionar ataques a Guilherme Lopes, o que se vê não é coragem política, e sim oportunismo travestido de oposição.

Creditos: Professor Raul Rodrigues