Mirian Monte renuncia à presidência do CSA
02/09/2025, 21:30:17Mirian Monte anuncia renúncia após rebaixamento e questiona notificação
Em coletiva convocada na tarde desta terça-feira, Mirian Monte comunicou sua renúncia ao cargo de presidente do CSA, em um momento de forte impacto para a torcida e para a estrutura administrativa do clube. Além de tratar do rebaixamento do time, a dirigente afirmou que não recebeu notificação formal por parte do Conselho Deliberativo sobre um eventual afastamento, decisão essa que teria sido debatida internamente.
Uma gestão marcada por números e controvérsias
Mirian destacou o cenário financeiro encontrado ao assumir o clube e fez questão de sublinhar a evolução das finanças durante sua gestão. Segundo a dirigente, quando assumiu em março do ano anterior, o CSA apresentava R$ 500 mil negativos e um bloqueio por transfer ban de R$ 400 mil. Ao deixar a presidência, disse ter deixado o clube com R$ 848 mil em caixa, além de uma previsão de receita de aproximadamente R$ 4 milhões. Esses números foram colocados pela própria Mirian como prova de que sua gestão foi capaz de equilibrar as contas em um cenário complexo.
Mirian procurou separar os aspectos administrativos dos esportivos, ressaltando que a queda esportiva não necessariamente reflete má gestão nas finanças. Ainda assim, reconheceu a responsabilidade pelo desfecho do campeonato e manifestou tristeza pelo rebaixamento.
O depoimento da presidente
Em um momento de grande emoção, Mirian disse:
- O torcedor não tenha dúvida de que não tem ninguém mais triste do que eu com todo o desfecho que nós tivemos nesse último mês. Trabalho abnegado de um ano e meio e aqui não falo por mim apenas, mas por um grupo de diretores, que saía de suas casas para colocar o seu saber e, o que é mais valioso, o seu tempo dedicados ao CSA. Nessa jornada, eu conheci muitas pessoas que me decepcionaram profundamente, que se deixaram levar pela ganância, pela mesquinhez, mas, por outro lado, conheci pessoas muito dignas e muito honradas. E continuarei lutando para que nenhuma delas sinta o peso da injustiça.
No discurso, ela também analisou as circunstâncias que levaram ao rebaixamento, apontando fatores externos e internos que influenciaram o desempenho da equipe. Referiu-se à improbabilidade combinada de resultados na última rodada e afirmou que, matematicamente, a permanência era quase certa até o desfecho inesperado.
Gestão do futebol e responsabilidade técnica
Sobre as escolhas do departamento de futebol, Mirian defendeu o trabalho realizado por profissionais como Luciano Lessa, Jadson e Alírio. A presidente afirmou que a montagem do elenco seguiu uma análise de mercado e que o desempenho dos atletas nem sempre pode ser previsto, já que todo jogador é uma aposta.
- Nós trabalhamos o futebol com uma análise de mercado. Mas, às vezes, você contrata alguém e não rende o esperado. Todo jogador é uma aposta. Mas todo o trabalho do departamento de futebol foi feito com base na mais pura intenção de que desse certo. Não posso questionar a ação do Luciano Lessa, do Jadson e do Alírio. Esse 1% posso atribuir ao desgaste físico, ao deslumbramento de alguns atletas por causa das copas e também às obscuridades do futebol.
Ao fazer essa defesa, Mirian buscou distribuir responsabilidades e evitar apontar culpados específicos entre os profissionais que integraram a gestão de futebol, embora tenha reconhecido que o resultado esportivo acabou sendo negativo.
Reações e futuro do clube
A divulgação da renúncia e das alegações de Mirian sobre a falta de notificação oficial tende a gerar debates nos bastidores do clube e entre os conselheiros. A situação coloca em evidência a necessidade de transparência nas decisões internas e a clareza nos procedimentos disciplinares e administrativos.
Analistas e torcedores questionam agora como ficará a composição da diretoria executiva e quais medidas emergenciais serão tomadas para reorganizar o planejamento esportivo e financeiro do CSA. A diretoria que sucederá Mirian terá o desafio de recuperar a confiança da torcida, montar um projeto competitivo para a Série D e manter a saúde financeira do clube.
Principais pontos ressaltados pela gestão
- Equilíbrio financeiro: Mirian afirmou ter deixado quase R$ 850 mil em caixa e projeção de receitas.
- Patrocínios e receitas: a gestão apontou captação de patrocínios significativos e prêmios que ajudaram nas finanças.
- Separação entre gestão e futebol: defesa do trabalho administrativo como distinto do desempenho esportivo.
- Falta de notificação formal: alegação de que o Conselho Deliberativo não comunicou oficialmente qualquer afastamento.
Análise final
O episódio marca um momento delicado para o CSA. A renúncia de Mirian Monte, aliada à alegação de ausência de notificação formal por parte do Conselho Deliberativo, abre espaço para disputas internas e rediscussões sobre governança no clube. Para além do resultado esportivo, as próximas semanas serão decisivas para definir a direção administrativa e o projeto esportivo do clube para os próximos anos.
Torcedores, conselheiros e potenciais investidores observarão com atenção as medidas que serão adotadas para reorganizar o clube, especialmente no que tange à composição da nova diretoria, ao planejamento para a Série D e à manutenção do equilíbrio financeiro.
Conclusão e chamada para ação
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