Sabesp reduzirá captação no Sistema Cantareira

Sabesp reduzirá captação no Sistema Cantareira

O que muda no abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e a Agência de Águas do Estado de São Paulo (SP Águas) anunciaram uma nova redução na captação de água do Sistema Cantareira, principal manancial responsável pelo abastecimento de parte da Região Metropolitana de São Paulo. A partir de 1º de setembro, o sistema passa a operar na Faixa 3, uma condição de alerta motivada pela baixa dos níveis dos reservatórios, que hoje apresentam apenas 35,01% do volume útil.

Motivos da mudança

A decisão das agências reguladoras decorre da persistência de chuvas abaixo da média nos últimos meses, cenário que contribuiu para a diminuição das reservas hídricas. Em agosto, os reservatórios chegaram a registrar níveis 40% inferiores à capacidade, pressionando a operação do Sistema Cantareira e exigindo medidas emergenciais para garantir o abastecimento.

Limites de captação definidos

Com a passagem para a Faixa 3, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) terá redução na vazão autorizada. A captação será limitada a 27 m³/s de água por segundo, abaixo dos 31 m³/s que estavam autorizados até agosto. Esse corte visa preservar o volume remanescente e prolongar a disponibilidade do recurso durante o período de estiagem.

Medidas complementares e alternativas de captação

Para amenizar os impactos da restrição, a Sabesp poderá acionar o bombeamento entre reservatórios: será possível transferir água do reservatório de Jaguari, no rio Paraíba do Sul, para o reservatório de Atibainha. Nessa condição especial, a captação total não poderá ultrapassar 33 m³/s, limite que busca equilibrar a necessidade de abastecimento com a proteção das bacias envolvidas.

Recomendações das agências

As agências responsáveis pela gestão hídrica, ANA e SP Águas, recomendaram adoção de medidas adicionais por parte da Sabesp e dos demais usuários do sistema. Entre as ações sugeridas estão campanhas de redução de consumo, revisão de planos operacionais e intensificação de fiscalizações para evitar desperdícios. A orientação é clara: sem ações coordenadas de economia, a situação dos reservatórios pode se agravar.

Impactos ao consumidor e orientações práticas

A redução da captação pelo Sistema Cantareira pode não resultar, de imediato, em cortes generalizados de água, mas aumenta a probabilidade de medidas mais drásticas caso as chuvas permaneçam abaixo da média. Para a população, isso significa que economizar água passa a ser uma necessidade real e contínua. Seguem orientações práticas para reduzir o consumo no dia a dia:

  • Evitar banhos longos e reduzir o tempo no chuveiro;
  • Consertar vazamentos em torneiras e tubulações imediatamente;
  • Utilizar a máquina de lavar com carga completa e optar por programas econômicos;
  • Reaproveitar água sempre que possível, por exemplo, para limpeza de pisos e irrigação;
  • Instalar dispositivos economizadores em torneiras e vasos sanitários quando possível.

Setores mais afetados

Alguns segmentos, como o industrial e o agrícola, podem enfrentar restrições maiores em função de limitações na oferta de água bruta. A Sabesp e os órgãos reguladores deverão negociar contingências com grandes consumidores para reduzir impactos e preservar o abastecimento residencial. O setor público também poderá priorizar o uso de água potável para consumo humano, adotando medidas emergenciais de gestão de demanda.

Contexto histórico e precedentes

Segundo comunicado da ANA e da SP Águas, a última redução dessa natureza ocorreu em 2022. Na época, medidas semelhantes foram adotadas para assegurar a continuidade do abastecimento em um período de escassez. A recorrência do problema evidencia a necessidade de políticas de longo prazo voltadas à segurança hídrica, incluindo investimentos em infraestrutura, conservação de mananciais e gestão integrada de recursos.

Propostas para médio e longo prazo

Especialistas em recursos hídricos costumam apontar soluções estruturais para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas de abastecimento, tais como:

  • Ampliação e modernização de redes de distribuição para reduzir perdas;
  • Captação alternativa e reúso de água tratada em atividades industriais;
  • Incentivos para a gestão eficiente da demanda, com tarifas e programas de conscientização;
  • Proteção e recuperação de áreas de recarga de aquíferos e mananciais.

Essas medidas, se implementadas de forma integrada, ajudam a tornar o abastecimento mais resiliente a períodos de seca e variabilidade climática.

O papel do cidadão e a importância da comunicação

A resposta a essa nova etapa de restrição no Sistema Cantareira depende não apenas de decisões operacionais da Sabesp, mas também do engajamento da população. A comunicação clara sobre metas de redução de consumo e sobre as prioridades de abastecimento é essencial para evitar pânico e garantir cooperação. Campanhas educativas e transparência na divulgação dos níveis dos reservatórios ajudam a sensibilizar a sociedade e a promover práticas sustentáveis.

Conclusão e chamada para ação

O funcionamento do Sistema Cantareira em Faixa 3 e a consequente redução da captação impõem um desafio coletivo para manter o abastecimento em São Paulo. A Sabesp, orientada pela ANA e SP Águas, adota medidas para conter a retirada de água, mas a colaboração de moradores, empresas e instituições é decisiva. Economizar água agora é tanto uma ação prática quanto um investimento no futuro da cidade.

Participe: compartilhe este texto, adote atitudes de economia em sua rotina e acompanhe os relatórios das agências sobre o nível dos reservatórios. A sua atitude pode fazer a diferença para preservar o abastecimento.