Delta paga 79 milhões por despejo em escolas
31/08/2025, 17:31:13Incidente em Los Angeles e acordo milionário
A companhia aérea norte-americana Delta Air Lines aceitou pagar US$ 79 milhões (aproximadamente R$ 428,6 milhões) para encerrar uma ação coletiva que teve origem em um episódio ocorrido em janeiro de 2020, quando um de seus aviões despejou combustível sobre pátios de escolas e bairros de Los Angeles. O acordo busca encerrar o litígio que envolveu alunos, professores e moradores afetados pelo despejo.
O que aconteceu durante o voo
No dia 14 de janeiro de 2020, um jato Boeing 777-200 da Delta, que havia decolado de Los Angeles com destino a Xangai, precisou retornar ao Aeroporto Internacional de Los Angeles depois que um de seus motores perdeu propulsão. Para reduzir o peso antes do pouso, os pilotos liberaram cerca de 15 mil galões de combustível no ar, uma manobra de emergência usada em ocasiões em que a aeronave precisa pousar com segurança.
Risco de pouso com excesso de peso
A Delta informou que o avião estava excedendo o limite máximo de pouso em cerca de 160 mil libras (72,5 mil kg), já que levava combustível para um voo de longa duração. Segundo a companhia, os pilotos tomaram a decisão de despejar o combustível para "reduzir os sérios riscos de voar e pousar uma aeronave com excesso de peso e apenas um motor" — ação que, embora prevista em procedimentos de segurança, teve impactos diretos sobre áreas habitadas abaixo da rota.
Impacto nas escolas e na comunidade
Bombeiros do Condado de Los Angeles foram acionados para atender escolas na cidade de Cudahy, incluindo a Escola Primária Park Avenue. Cerca de 60 alunos e professores passaram por avaliação médica após relatarem irritações na pele e nos pulmões. Felizmente, nenhum caso exigiu hospitalização, mas houve relatos de desconforto físico e abalo emocional entre os afetados.
Professores descreveram a chuva de combustível e os efeitos visuais e olfativos da situação de forma impactante: relataram que o combustível estava "pingando como gotas de chuva", com vapores "avassaladores", e que sentiam o produto em roupas, pele e olhos. Muitos buscaram atendimento médico e relataram tanto sintomas físicos quanto transtornos emocionais decorrentes da exposição.
Desdobramentos jurídicos
A ação inicial foi movida por professores da Escola Primária Park Avenue, que alegaram exposição ao combustível de aviação. Posteriormente, vários moradores se juntaram ao processo, transformando-o em uma ação coletiva contra a Delta. O acordo de US$ 79 milhões foi firmado sem que a Delta admitisse responsabilidade, segundo a própria empresa, que avaliou ser mais vantajoso encerrar a disputa do que enfrentar um julgamento prolongado e custoso.
Em comunicado relacionado ao acordo, a companhia declarou que aceitou o pagamento sem admitir culpa, justificando a decisão como uma forma de evitar despesas legais e distrair a empresa de suas operações. Em suas palavras, a Delta buscou "eliminar a distração e outros encargos que este litígio causou aos negócios da Delta".
Consequências e lições para segurança aérea
Casos como este levantam discussões sobre procedimentos de segurança, comunicação entre tripulação e autoridades locais, além da necessidade de planos de contingência que minimizem impactos em áreas civis quando uma aeronave precisa descarregar combustível. Embora o despejo de combustível em voo seja uma medida prevista para proteger a integridade da aeronave e das pessoas a bordo, é crucial que as rotas e altitudes escolhidas reduzam ao máximo riscos para comunidades abaixo.
- Segurança operacional: priorizar protocolos que reduzam a necessidade de despejos sobre áreas povoadas.
- Comunicação: melhorar avisos antecipados a autoridades locais e escolas quando possível.
- Assistência à comunidade: garantir suporte médico e psicológico imediato às pessoas expostas.
O que o acordo representa
O pagamento por parte da Delta representa um desfecho financeiro e jurídico para as famílias e professores que buscavam reparação pelos danos sofridos, ao mesmo tempo que evidencia a complexidade de cruzar interesses de segurança aérea com proteção de comunidades no solo. Para a Delta, o valor acordado evita custos adicionais de um processo judicial prolongado e as incertezas de um veredicto.
Reflexões finais e próximos passos
Apesar do acordo, o episódio continua sendo um alerta sobre a necessidade de políticas que conciliem segurança de voo e proteção ambiental e comunitária. Autoridades de aviação e companhias aéreas podem utilizar casos assim para revisar práticas operacionais e reforçar medidas preventivas.
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