Protestos por faixa de indígena na USP geram polêmica
30/08/2025, 21:30:40Protestos em decorrência da faixa
Estudantes indígenas da universidade consideraram a representação ofensiva e violenta. A faixa exposta pela Atlética da Faculdade de Medicina da USP, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, gerou protestos e acusações de racismo nesta semana. O cartaz mostrava uma caveira, considerado um símbolo do curso, pisando sobre um indígena rendido, ao lado de figuras de um urso e uma serpente. A imagem trazia ainda a frase: "Pela caveira eu dou a minha vida".
Reação da comunidade acadêmica
Estudantes indígenas da universidade consideraram a representação ofensiva e violenta. Integrantes do movimento Levante Indígena rasgaram a faixa após receberem o material da própria Atlética, sob pressão da comunidade acadêmica. Em nota, o grupo repudiou o ato: "Trata-se de racismo anti-indígena, um desenho extremamente violento que atualiza os 525 anos de violência colonial". O movimento também cobrou retratação pública das atléticas e criticou o uso de elementos da cultura indígena como mascotes.
Defesa da Atlética
A Atlética afirmou que não teve intenção de endossar o racismo e explicou que a faixa fazia referência à competição esportiva Intermed, em que outros cursos de Medicina usam símbolos como o indígena (Unifesp), a serpente (Santa Casa) e o urso (Faculdade do ABC). Segundo a entidade, a escolha foi "uma tentativa de representar rivalidades", mas reconheceu falta de sensibilidade: "Ouvimos e entendemos o protesto. Acreditamos na importância do letramento racial dentro das Atléticas".
Posicionamento da direção da USP
A direção da Faculdade de Medicina da USP declarou ter pedido a retirada imediata da faixa, afirmando que não compactua com manifestações de violência, preconceito ou discriminação. O Portal iG entrou em contato com a Atlética de Medicina da USP, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.