Quando a inteligência é curta, a crítica perde a razão

Em uma cidade berço da cultura, somente os da mesma espécie conseguem se juntar. Mesma espécie mesmo. Boi com sede bebe lama.

Quando a inteligência é curta, a crítica perde a razão

A crítica, em sua essência, é um exercício de inteligência. Não se trata apenas de apontar falhas, mas de construir raciocínios que ajudem a clarear ideias, corrigir rumos e oferecer caminhos melhores. Uma crítica verdadeira é lúcida, embasada e capaz de provocar reflexão. No entanto, quando a inteligência se mostra curta, a crítica se degenera em mero ataque, transformando-se em ruído vazio.

O problema da crítica desprovida de razão é que ela perde o caráter de instrumento social e se converte em arma pessoal. Em vez de iluminar, obscurece; em vez de dialogar, ofende; em vez de somar, destrói. Quem critica sem preparo, sem conhecimento ou sem equilíbrio, confunde opinião com argumento e acaba revelando mais sobre suas próprias limitações do que sobre o objeto de sua crítica.

É fácil perceber essa diferença: uma crítica inteligente nunca busca humilhar, mas esclarecer; não se alimenta da raiva, mas da análise; não se sustenta no improviso, mas em fundamentos. Já a crítica rasa, filha direta da falta de inteligência, é movida pelo impulso, pela inveja, pelo ressentimento. Tem pressa em atacar, mas preguiça em pensar.

Assim, quando a inteligência é curta, a crítica perde a razão e deixa de ser crítica para se tornar caricatura. Torna-se barulho disfarçado de opinião, ecoando apenas naqueles que compartilham a mesma superficialidade.

No fim, o valor da crítica está diretamente ligado à profundidade de quem a faz. Sem inteligência, ela é apenas um desabafo mal embalado. Com inteligência, transforma-se em ferramenta de mudança, capaz de abrir caminhos e elevar debates. A diferença entre uma e outra está justamente no fio da razão — que só se sustenta quando a mente é larga o bastante para compreender que criticar não é destruir, mas pensar com responsabilidade.

Observação importante: O corvo é um animal onívoro com uma dieta muito variada, que inclui insetos, lixo, frutas, sementes, carniça e até pequenos animais como lagartos e filhotes de outras aves. Já o urubu é um animal saprófago (carniça) que se alimenta principalmente de carcaças de animais mortos e lixo orgânico, aproveitando-se de seu sistema digestivo resistente para lidar com a carne em decomposição. Que são os acompanhantes.

Creditos: Professor Raul Rodrigues