Política e Politicagem: A Diferença que Define um Povo
29/08/2025, 08:24:08Quem segue a linha da politicagem não é diferente de quem faz parte dessa clonagem cerebral
Falar de política, em qualquer tempo, é mexer com paixões, interesses e esperanças. Mas é preciso entender que existe uma diferença profunda entre política e politicagem, distinção que muitas vezes se perde no dia a dia e abre espaço para distorções que alimentam a descrença popular.
Política é, em sua essência, a arte de administrar a vida em sociedade. É o ato de pensar coletivamente, planejar o presente e o futuro, estabelecer regras e organizar os recursos para que o bem comum prevaleça. Política é diálogo, é negociação, é busca de consenso e, sobretudo, compromisso com a coletividade. Em sua forma mais pura, política significa servir: é o instrumento pelo qual o povo decide, direta ou indiretamente, os rumos da comunidade, da cidade, do estado e da nação.
Já a politicagem é a deturpação dessa prática. É quando o interesse público cede lugar ao interesse pessoal ou de pequenos grupos. É o jogo rasteiro do favorecimento, do toma-lá-dá-cá, das promessas vazias e do uso da máquina pública como moeda de troca. Se a política se preocupa com o todo, a politicagem se apequena no “eu” e nos benefícios imediatos. Ela desvirtua a democracia e transforma mandatos em balcões de negócios.
A diferença entre as duas está justamente no propósito:
Na política, a decisão é tomada para melhorar a vida da maioria, ainda que implique escolhas difíceis ou impopulares.
Na politicagem, a decisão busca a conveniência do político ou do grupo que o sustenta, ainda que isso prejudique a coletividade.
O problema é que, quando a politicagem predomina, a sociedade perde. O cidadão se afasta dos debates públicos, cresce a descrença nas instituições e abre-se espaço para aventureiros que prometem “salvação” sem compromisso real com a democracia.
Aos eleitores cabe um papel crucial: saber distinguir entre quem faz política e quem pratica politicagem. Observar a trajetória, a coerência e os resultados do trabalho de cada candidato é um exercício de cidadania. A democracia amadurece quando o povo percebe que não se trata apenas de votar, mas de cobrar, fiscalizar e exigir política de verdade — aquela que constrói, e não politicagem, que apenas destrói.