PEC 12/2022 – Reforma Eleitoral

Em andamento a inclusão de 20% das vagas do parlamento para as mulheres como forma de permitir o ingresso na política de forma mais democrática.

PEC 12/2022 – Reforma Eleitoral

Aprovada na CCJ do Senado em maio de 2025, essa proposta avança com as seguintes medidas estruturais:

Mandatos de cinco anos para todos os cargos eletivos (Executivo e Legislativo).

Fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos.

Eleições unificadas – a partir de 2034, todos os pleitos nacionais e municipais aconteceriam no mesmo ano.

Transição escalonada prevista: prefeitos eleitos em 2028 e presidentes/governadores em 2030 já não poderiam se reeleger.

A proposta ainda não foi votada em plenário nem no Senado nem na Câmara dos Deputados.

2. Mudanças nos mandatos, vice-cargos e voto impresso

Extinção dos cargos de vice (vice-presidente, vice-governador, vice-prefeito), recentemente rejeitada pela Comissão Especial da Reforma Política. 

Mandatos de 5 anos e limitações à reeleição, com reeleição permitida apenas após um intervalo entre mandatos — proposta aprovada em primeiro turno na Câmara. 

Voto impresso auditável — a PEC inclui a exigência de que as urnas imprimam o voto, conferido pelo eleitor e lacrado. Inconstitucional

A PEC também trata de temas como:

Fidelidade partidária: perda de mandato em casos de desfiliação sem justa causa.

Iniciativa popular: reduz o número de assinaturas exigidas de 1,5 milhão para 500 mil.

Mandatos das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado: duração de 2,5 anos, sem recondução imediata.

Janela de mudança partidária de 30 dias após promulgação da PEC, sem perda de mandato.

3. Cláusula de barreira e federações partidárias

A cláusula de barreira já está em vigor e reduziu significativamente o número de partidos com representação no Congresso — de 30 para 16 entre 2018 e 2024. 

Para as eleições de 2026, partidos ou federações que não obtiverem:

ao menos 2,5% dos votos válidos,

em pelo menos 1/3 dos estados, com mínimo de 1,5% em cada, ou 13 deputados federais distribuídos similarmente, perderão acesso ao fundo partidário e tempo de propaganda gratuita.

A regra se tornará ainda mais rigorosa a partir de 2030

No âmbito das federações partidárias, destacam-se a criação da União Progressista (UNIÃO + PP) em abril de 2025 e a negociação de uma federação entre PRD e Solidariedade em junho de 2025. 

4. Debates sobre semipresidencialismo

A adoção do semipresidencialismo foi discutida em comissões e com participação de figuras como Arthur Lira e Michel Temer.

A PEC 2/25, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly, propõe a adoção desse sistema e foi encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça. Sem efeitos práticos ainda, o tema segue em debate.

5. Propostas de reforma mais amplas

O senador Humberto Costa sugeriu a realização de uma constituinte exclusiva para reforma política, citando a dificuldade de construir maiorias estáveis com o sistema atual de coalizão partidária. 

Outras iniciativas, sobretudo por entidades acadêmicas e de sociedade civil, discutem o redesenho dos distritos eleitorais, fortalecimento de cláusulas de desempenho e restrições à fragmentação partidária.

Resumo

A reforma política brasileira segue em tramitação em várias frentes:

TemaAndamento atual
PEC 12/2022Aprovada na CCJ do Senado (mai/2025). Ainda precisa passar pelos plenários.
Vice-cargosExtinção rejeitada pela Comissão; segue em discussão.
Mandatos e reeleiçãoMandatos de 5 anos e reeleição limitada — proposta em curso.
Voto impressoIncluído na PEC como medida de auditoria.
Cláusula de barreiraEm vigor; regras mais duras para 2026 e 2030.
Federações partidáriasUnião Progressista e PRD/Solidariedade em formação.
SemipresidencialismoPEC em tramitação na CCJ; ainda longe da aprovação.
Constituinte exclusivaProposta levantada por Humberto Costa como alternativa mais profunda.

 

Creditos: Professor Raul Rodrigues