Família denuncia maternidade por negligência em Maceió

Denúncia de negligência na Maternidade Santa Mônica

A família de uma bebê recém-nascida registrou um Boletim de Ocorrência denunciando a Maternidade Santa Mônica por negligência médica. A criança, de 1 mês de vida, ainda está internada na UTI Neonatal da maternidade. Em entrevista ao AL1, a mãe da bebê explicou que a filha nasceu com uma condição congênita no estômago e que precisou passar por uma cirurgia.

Os pais solicitam a transferência imediata da criança para outro hospital. A mãe relata que, por erro médico, sua filha luta pela vida. "Ela nasceu com uma má formação e precisou fazer uma cirurgia. Depois fez uma ostomia [cirurgia] e colocaram uma bolsa de colostomia de adulto nela, só que a bolsa não aderiu bem e as fezes vazaram contaminando os pontos que já estavam sequinhos. Eles ficaram inflamados", relatou Clarice Oliveira.

Por meio de nota, a assessoria da Maternidade Santa Mônica informou que a bebê nasceu com uma doença rara e que vem recebendo assistência de forma contínua e multidisciplinar. A maternidade ainda disse que a transferência só será possível depois que o quadro da menina estabilizar.

De acordo com a mãe, durante os tratamentos foi aplicada uma medicação sem supervisão. Isso resultou em uma ferida que se expandiu no braço da menina. "O estado de vida dela é muito grave, por isso, tiveram que aplicar várias medicações nela. E em uma dessas aplicações foi feita de forma incorreta e a medicação corroeu o braço dela e necrosou", disse ela.

O pai da criança afirmou que a maternidade se negou a entregar o prontuário da criança. "A menina era perfeita e agora se encontra com o braço destruído. Eles não explicam o que aconteceu, até o prontuário foi negado", desabafou ele.

O g1 conversou com o tio da menina, que tem acompanhado a internação da sobrinha. Segundo ele, o prontuário só foi entregue pelo hospital quase um mês e meio após o nascimento da bebê. "Por causa dessa sonda errada a ferida dela infeccionou. Sem falar no que fizeram no braço dela, foi Deus que salvou a minha sobrinha. É desumano o que foi feito. Essa bebê já sofreu muito e tudo o que a gente quer agora é a transferência dela para o Hospital Universitário", declarou Vinycius.

Nota da Maternidade Escola Santa Mônica: “A Maternidade Escola Santa Mônica informa que a paciente em questão vem recebendo toda a assistência necessária, de forma contínua e multidisciplinar. A doença de base, gastrosquise, uma má-formação da parede abdominal, de origem congênita e rara, configura-se como um quadro grave e complexo, evoluindo, geralmente, com internamento prolongado em unidade de cuidados intensivos neonatal, o que pode aumentar as possibilidades de intercorrências, comuns nesses pacientes, que demandam cuidados intensivos e intervenções especializadas. O hospital vem adotando todas as medidas necessárias, incluindo a realização de procedimentos cirúrgicos quando clinicamente recomendados, e o acompanhamento por profissionais capacitados nas áreas envolvidas. Ressaltamos que todo o manejo segue protocolos atualizados de segurança e qualidade, voltados para a melhor evolução clínica dentro das possibilidades do quadro.”