Eduardo critica ação da PF e defende diálogos normais

Eduardo critica ação da PF e chama diálogos de \"normais\"

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira (20) que o relatório da Polícia Federal (PF), que indiciou ele e o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por coação no curso do processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado, revela conversas \"normais entre pai, filho e seus aliados\".
\"É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados\", escreveu o parlamentar, que está nos Estados Unidos, em um post no X.
Segundo Eduardo, a investigação da PF busca \"provocar desgaste político\" a Bolsonaro e seus aliados. Ele também afirma que sua atuação nos Estados Unidos \"jamais\" teve como objetivo interferir nos processos em curso no Brasil.
\"Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional\", escreveu o deputado.

Diálogos entre pai e filho

No relatório, a PF revela conversas entre Eduardo e Jair Bolsonaro. Em um dos diálogos, o parlamentar questiona seu pai, chamando-o de \"ingrato\" por demonstrar apoio a uma suposta candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à presidência em 2026.
\"Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você \‘aprender\’. VTN* SEU INGRATO DO CA**!\", escreveu Eduardo.
A conversa, segundo a PF, continua com Eduardo usando termos que lembram declarações do ex-presidente. \"Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fud** é vc E VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORR* AQUI!\", escreveu.
Segundo a PF, Bolsonaro respondeu com dois áudios, mas o conteúdo não foi recuperado pela investigação.
No relatório, a corporação menciona que as mensagens indicam a preocupação de Eduardo quanto às declarações do ex-presidente e com o apoio do \"sistema\" a Tarcísio de Freitas.
\"Agora ele [Tarcísio] quer posar de salvador da pátria. Se o sistema enxergar no Tarcísio uma possibilidade de solução, eles não vão fazer o que estão pressionados a fazer. E pode ter certeza, uma \"solução Tarcísio\" passa longe de resolver o problema, vai apenas resolver a vida do pessoal da Faria Lima\", comentou Eduardo.
Eduardo ainda expressou preocupação sobre como a atuação de Tarcísio poderia afetar negativamente sua posição e influência nos Estados Unidos. Ele se referiu a isso de maneira pejorativa, afirmando: \"VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA VIDA NESTA PORR* AQUI\".

Críticas de Silas Malafaia

O relatório da PF também trouxe à tona conversas entre Jair e o pastor Silas Malafaia, que teve seu celular apreendido pela PF. Em uma das mensagens, Malafaia critica a postura de Eduardo diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos aos produtos de outros países, incluindo o Brasil.
\"Esse seu filho é Eduardo é um babaca. Inexperiente que está dando a Lula e a esquerda o discurso nacionalista, e, ao mesmo tempo, te ferrando\", afirmou o pastor.
Ele prosseguiu: \"Um estúpido de marca maior, estou indignado. Só não faço um vídeo e arrebento com ele porque por consideração a você. Não sei se vou ter paciência e ficar calado, se esse idiota falar mais alguma asneira\", concluiu Malafaia.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Eduardo minimizou as críticas e disse que os áudios de Malafaia foram obtidos em uma suposta \"fishing expedition\" contra Jair e divulgados como uma \"cortina de fumaça\" em meio à tensão com o Judiciário nos Estados Unidos. Eduardo declarou apoio ao pastor, afirmando que ele estaria sofrendo \"os últimos atos desse regime\".
\"Tamo junto, pastor [sic]\", afirmou o deputado.