Prefeito de São Bernardo é denunciado por corrupção
19/08/2025, 09:32:43Procuradoria acusa Marcelo Lima e outros dez por desvio de recursos
O prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo de Lima Fernandes (Podemos), foi denunciado nesta segunda-feira (18) pela Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Também são alvos da ação o presidente afastado da Câmara Municipal, Danilo Lima de Ramos, o suplente de vereador, Ary José de Oliveira, o operador financeiro, Paulo Iran Paulino Costa, e outras seis pessoas. A acusação ocorre dias após a Operação Estafeta, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, que apura fraudes em contratos públicos firmados pela prefeitura e pela Fundação ABC entre 2022 e 2025. Segundo o Ministério Público, o grupo se beneficiava de contratos nas áreas de saúde, limpeza e obras para desviar recursos públicos por meio de empresas ligadas à administração municipal. A investigação aponta que a organização criminosa atuava em dois núcleos: o de liderança política e articulação e o empresarial. Na casa de Paulo Iran, apontado como responsável pelas finanças do esquema, a PF encontrou em julho mais de R$ 12 milhões (cerca de R$ 44 milhões em valores atualizados). Os investigadores também apreenderam celulares, computadores e anotações manuscritas que revelaram uso de linguagem codificada e de telefones clandestinos.Afastamentos e prisões: Marcelo Lima foi afastado do cargo no último dia 14, por determinação judicial, e deve usar tornozeleira eletrônica. A vice-prefeita, Jessica Cormick (Avante), de 38 anos, sargento da Polícia Militar e em seu primeiro mandato político, assumiu a administração municipal. Na mesma operação, a Polícia Federal prendeu o empresário Edmilson Carvalho, sócio de uma prestadora de serviços da prefeitura, e Antonio Rene da Silva, diretor de departamento na Secretaria de Coordenação Governamental. Paulo Iran segue foragido. Segundo a Polícia Federal, “os investigados responderão, na medida de suas condutas, pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa”.
Na denúncia apresentada ao Tribunal de Justiça, o MPSP também pede a perda definitiva dos cargos públicos dos envolvidos e a fixação de R$ 16,9 milhões para reparação de danos à Fazenda Pública de São Bernardo do Campo. Se condenados, os denunciados podem pegar penas que variam de 03 a 08 anos de prisão, mais multa, por organização criminosa, e de 03 a 10 anos, mais multa, por lavagem de capitais.