Padilha estuda participação na ONU e Opas em Nova York

Contexto da Viagem

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comentou nesta terça-feira sobre a possibilidade de comparecer à conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Esses eventos estão programados para setembro, em Nova York. A declaração surge em um momento delicado, pois a esposa e a filha de 10 anos do ministro tiveram seus vistos para os Estados Unidos cancelados pelo governo norte-americano no dia 15 de agosto.

Decisão Pendentes

Padilha deixou claro que ainda não tomou uma decisão sobre sua presença em ambos os eventos, mencionando que compromissos internos podem impedi-lo de viajar. "Eu não tenho uma decisão ainda se vou comparecer tanto à Assembleia Geral da ONU quanto à Assembleia Geral da Opas, por conta dos compromissos locais [no Brasil]", destacou. Ele explicou que a dificuldade em sair de Brasília está relacionada às votações no Congresso Nacional, especialmente no que diz respeito ao atendimento e implementação do programa Agora tem Especialistas.

Reações e Declarações

Durante um café da manhã com jornalistas, Padilha fez uma citação ao escritor nordestino Ariano Suassuna (1927-2024), que abordou de forma irônica a visão de alguns sobre a divisão do mundo entre aqueles que têm e aqueles que não têm acesso a experiências como a Disney. "Tem gente que acha que o mundo se divide em quem foi à Disney, e quem quer ir para Disney, ou quem não foi para Disney", ironizou, acrescentando que não tem a intenção de ir para lá.

Cancelamento dos Vistos

O cancelamento dos vistos da esposa e filha do ministro ocorreu apenas dois dias após a revogação dos vistos de funcionários brasileiros envolvidos no programa Mais Médicos, institucionalizado em 2013 durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Padilha enfatizou que isso não afetará o comprometimento do Ministério da Saúde com o programa, agora sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos continuar trabalhando pelo programa Mais Médicos", afirmou.

Regras de Acesso a Eventos da ONU

O ministro ainda comentou que, na possibilidade de comparecer aos eventos em solo norte-americano, teria respaldo de um acordo internacional que assegura o acesso das autoridades convidadas aos eventos da ONU. "Se eu tiver a decisão de ir, tem o acordo de sede. Uma delas é garantir o acesso das autoridades que estão convidadas e que participam das atividades", explicou Padilha.

Impacto Familiar

Além dos compromissos políticos, o ministro também expressou a importância da família, que possui vínculos nos Estados Unidos. Ele revelou que tinha a intenção de visitar parentes, incluindo seu irmão e sobrinha. Ao comentar sobre o cancelamento dos vistos de sua família, Padilha classificou o ato como covarde, mas ressaltou que conseguiram superar a situação. "A gente vai se encontrar em outros lugares. Já superamos essa ação, esse ato de covardia. Vamos tocando a vida", concluiu.