Centrão fortalece críticas a Lula na nova aliança política
19/08/2025, 18:32:47Centrão e sua nova postura política
O PP e o União Brasil planejam intensificar suas críticas ao governo Lula (PT) ao formalizar nesta terça-feira (19) uma aliança visando as próximas eleições. Apesar desse movimento, os partidos ainda evitarão se desfazer dos ministérios e cargos que ocupam na administração petista. Segundo as diretrizes estabelecidas, reuniões serão convocadas para discutir essa questão assim que a federação estiver homologada pela Justiça Eleitoral, o que deve ocorrer próximo ao fim do ano.
Críticas ao governo Lula
O ato que selará a aliança será marcado por discursos de oposição às políticas do PT. Os integrantes do PP e do União Brasil prometem fazer um discurso em favor de um ajuste fiscal, preconizando menos impostos e uma menor participação do Estado na economia, enfatizando que o caminho seguido pela federação é distinto daquele traçado pela atual administração.
Ameaças de rompimento
Nas últimas semanas, tanto o PP quanto o União Brasil ameaçaram romper com a gestão de Lula. Os presidentes dos partidos, Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União), frequentemente expressam suas críticas ao governo e estão alinhados a candidatos presidenciais da direita. Entretanto, há vozes dentro das próprias siglas que aconselham a permanecer no governo até abril, considerando melhor não romper totalmente as relações por enquanto.
Pressão por cargos
Ambos os partidos têm demonstrado um interesse claro em manter os quatro ministérios que comandam (Comunicações, Desenvolvimento Regional, Esporte e Turismo), além da direção de órgãos como a Caixa Econômica Federal e a Codevasf. Esses cargos são considerados estratégicos para ajudar a executar ações nas bases eleitorais dos parlamentares.
Desafios internos
Nos bastidores, mesmo que membros do União Brasil estejam inclinados a romper com o governo, a dificuldade de convencer aliados como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), tem sido um obstáculo. Há também uma resistência similar entre os membros do PP, que temem as consequências de se posicionar na oposição.
Possíveis consequências
A discórdia interna pode levar a um veto à participação de certos filiados na nova federação, o que afetaria diretamente os ministros do Esporte e do Turismo, sem excluir os indicados por Alcolumbre. No entanto, esse movimento foi alertado por parlamentares que afirmam que poderia desmoralizar a imagem da liderança e enfraquecer o discurso eleitoral de distanciamento do PT.
Inquietações no governo
As críticas partidas pelos partidos têm causado desconforto entre os membros do governo Lula, que já convocaram ministros do União Brasil para exigir mais apoio e explicações sobre suas falas críticas. Entretanto, o governo hesita em demitir os ministros, pois ainda pretende contar com apoio de alas de cada partido nos estados, mesmo que reconheça que o apoio dessas siglas no nível federal seja, na prática, muito difícil.
Futuro da federação
A federação União Progressista atuará unida nas eleições de 2026 e 2028, o que exigirá que ambos os partidos formem chapas comuns em todos os estados. Além disso, os votos para a Câmara dos Deputados e assembleias legislativas serão contabilizados em conjunto, aumentando a possibilidade de criação de bancadas legislativas maiores.
Potência no Congresso
Atualmente, essa aliança se posiciona como a mais influente no Congresso, ostentando a maior bancada da Câmara, com 109 deputados federais, e do Senado, com 14 senadores. Entretanto, há expectativa de que mudanças ocorram antes das eleições. A União Progressista contará com a maior fração dos fundos partidários e eleitorais, além do maior tempo de propaganda na TV e no rádio.
Ato político e eleições internas
Um evento político está agendado para esta terça à tarde, marcando o lançamento da federação, com a presença de líderes dos dois partidos. Na parte da manhã, os diretórios nacionais devem votar para aprovar a aliança, enquanto as dissidências internas parecem insuficientes para barrar essa união, apesar das disputas em nove estados pela liderança da nova organização política.
Disputas estaduais
Um dos estados onde as disputas são mais complicadas é a Paraíba, onde o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), enfrenta a resistência do senador Efraim Filho (União), que possui apoio do clã Bolsonaro e do PL. Ao mesmo tempo, o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) deverá assumir a liderança no estado em breve, pois o atual governador deixará o cargo para buscar uma vaga no Senado. A decisão sobre quem controlará a federação na Paraíba será tomada em abril, baseando-se em quem se mostrará mais forte entre os candidatos.
Candidaturas futuras
Por fim, a liderança de Nogueira tem sua atenção voltada em se candidatar a vice na chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para tanto, ele decidiu não assumir a presidência da federação, que ficará em mãos de Rueda.