Defesa do empresário abandona caso de morte de gari em BH
19/08/2025, 04:33:19Defesa abandona o caso
Os advogados responsáveis pela defesa de Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito de ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, no último dia 11 de agosto, deixaram o caso. Em requerimento protocolado nesta segunda-feira (18), Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Viana Pereira, do escritório Ariosvaldo Campos Pires Advogados, que vinham conduzindo a defesa de Renê, solicitaram a baixa dos seus nomes na representação do empresário. Segundo o documento, Renê, que está preso no Presídio de Caeté, na Grande BH, foi notificado e irá constituir um novo procurador.
Arma identificada
A situação do empresário, que nega participação no crime, vem se complicando cada vez mais e os investigadores alegam que têm provas contundentes da autoria do assassinato do gari. Na última sexta-feira (15), a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que a pistola calibre .380 usada para matar o gari Laudemir pertencia à delegada Ana Paula Balbino Nogueira, esposa do empresário. Logo após a prisão do suspeito, a polícia foi até a residência do casal e encontrou duas armas de propriedade da esposa - uma particular e outra institucional, utilizada no trabalho. O armamento foi recolhido para exames periciais, que identificaram a arma de uso particular como sendo a arma utilizada na morte do gari. Também na última semana, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas Gerais instaurou um procedimento disciplinar e um inquérito policial para investigar a conduta de Ana Paula. As investigações vão apurar se houve falha de guarda ou qualquer participação indireta no crime. O caso segue em andamento. Neste fim de semana, novas imagens divulgadas mostram o empresário Renê Júnior seguindo uma rotina normal, após supostamente atirar no gari Laudemir Fernandes.
O crime
Na manhã do dia 11 de agosto, por volta das 9h, uma confusão no trânsito no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, resultou no disparo de arma de fogo que atingiu e matou o gari Laudemir de Souza Fernandes, que estava trabalhando. Um caminhão de coleta de lixo estava parado, fechando a passagem, quando um carro BYD cinza, vindo na direção contrária, se aproximou. O motorista do carro — apontado como o suspeito — teria sacado uma arma e ameaçado a condutora do caminhão, dizendo que ‘iria atirar na cara’ dela. Em seguida, ela fez uma manobra para liberar a passagem. O suspeito passou, parou logo à frente, desceu e disparou na direção dos garis, atingindo Laudemir próximo às costelas.
Ele foi socorrido ao Hospital Santa Rita, em Contagem, mas não resistiu aos ferimentos. Após o disparo, o suspeito fugiu, mas foi localizado pela polícia na tarde do mesmo dia, enquanto malhava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Ele foi preso sem oferecer resistência. No depoimento, Renê Júnior negou participação no crime, mas foi reconhecido por várias testemunhas.