Trump e as Relações Comerciais com o Brasil

Trump e as Relações Comerciais com o Brasil

Os reflexos da política externa de Trump

A política externa de Trump e seus reflexos nas relações comerciais e políticas com o Brasil. Enquanto um mundo horrorizado assiste a derrocada de uma ordem econômica que lhe trouxe estabilidade e crescimento por décadas, a pergunta que se ouve em cada país é a mesma: por qual motivo os Estados Unidos, a nação que floresceu tão bem sob esse sistema, o está destruindo? Porque a ambição de mandar no mundo cultivada pelo simulacro de imperador em Washington acredita que tem poder para reordenar o sistema internacional sozinho.

Ele gosta da palavra punição e se crê Deus ao punir os outros países. Mas nenhum acordo atribui aos Estados Unidos o controle sobre as parcerias comerciais das outras nações. Exibindo cautela, o presidente Lula tem evitado o confronto enquanto ministros e empresários tentam um entendimento entre as duas partes, apesar das dificuldades.

Embora também sujeito a tarifação, o Brasil foi um pouco menos atingido, pelo menos inicialmente, que outros países. Nessa fase, foram mais prejudicados pela nova tributação nações com maiores vendas para os Estados Unidos. Vários setores brasileiros, no entanto, foram duramente punidos com risco de grandes danos para a produção, as vendas e o emprego.

O impacto da relação Brasil-Estados Unidos

Ações de Trump têm sido interpretadas como uma resposta à atuação do Brasil nos Brics. Mas explicar essas últimas ações trumpistas apenas como uma reação aos Brics pode ser um certo exagero. Essa leitura, no entanto, pode ser parcialmente verdadeira dada a nossa relação com a China, a Rússia, a Índia e a África do Sul. Convém registrar um lembrete: provocações inúteis podem ser arquivadas e depois lembradas, a qualquer momento, pelos atingidos.

A estratégia de Lula e os desafios internos

Demonstrando certa moderação nos últimos dias, nosso presidente parece propenso a dedicar-se principalmente aos problemas internos, evitando conflitos sempre que possível para não agravar ainda mais a situação. O objetivo de Trump é interromper as ações legais contra Bolsonaro e possibilitar a sua candidatura à presidência. Daí as semelhanças entre o seis de janeiro de 2021 em Washington e o oito de janeiro de 2023 em Brasília que de nenhum modo são casuais.

Nos dois eventos, o vandalismo sucedeu às derrotas de presidentes em busca da reeleição – dois políticos de extrema direita com tendências autoritárias e, no caso brasileiro, saudosista de uma ditadura militar.

Repercussões e anseios futuros

O norte-americano conseguiu voltar à presidência no começo deste ano. Ações contra universidades, professores, estudantes e imigrantes, assim como seu apoio à repressão violenta e suas violações de normas constitucionais básicas, foram atos notáveis de seu novo início de governo. Esse período foi marcado no campo internacional por suas pretensões imperiais.

De modo inequívoco, essas ambições se manifestam igualmente no desprezo às normas do comércio e nas tentativas de intervenção em países soberanos. Com dossiês e chantagens, os golpistas querem o Brasil refém de Trump. Essa aliança espúria entre Trump e os golpistas brasileiros ataca e chantageia o supremo tribunal federal, tenta controlar o Congresso, desqualificar a mídia com o intuito cada vez mais claro de livrar Bolsonaro da cadeia.