Eduardo Bolsonaro expõe críticas ao governo Trump sobre Moraes

Eduardo Bolsonaro expõe críticas ao governo Trump sobre Moraes

Eduardo Bolsonaro critica Moraes ao governo Trump em Washington


Em uma recente reunião em Washington, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez um relato a membros do governo Donald Trump sobre a repercussão das sanções dos Estados Unidos no Brasil e discutiu possíveis punições adicionais a autoridades brasileiras. Na conversa, que teve a presença do secretário do Tesouro, Scott Bessent, Eduardo destacou que os ganhos financeiros da família do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), estão amplamente vinculados à participação de sua mulher, Viviani Barci, como advogada.

Durante o encontro, Eduardo, junto com o empresário Paulo Figueiredo, expressou a percepção de que os bancos brasileiros não estão aplicando integralmente as sanções a Moraes sob a Lei Magnitsky. "Eu passei a minha visão de que o Moraes e a esposa dele, quando se fala em parte financeira, eles são como se fosse uma pessoa só, porque o Moraes não vive do salário dele, isso é notório", afirmou Eduardo. Ele também mencionou que a esposa de Moraes se tornou milionária após a indicação dele para a Suprema Corte, quando passou a angariar causas de alto valor.

Eduardo relatou que o governo Trump impôs sanções econômicas a Moraes no final de julho, porém, os bancos brasileiros ainda consideram que apenas transações internacionais em dólar estão bloqueadas, mantendo as operações em reais. Além de sugerir a inclusão de Viviane na lista de sancionados, Eduardo comentou também que o governo americano poderá desaconselhar empresas americanas a contratarem a advogada, o que poderia se estender a parentes de outros ministros do STF.

A votação sobre as sanções está ocorrendo em um contexto no qual Eduardo ressaltou que os bancos americanos, que operam no Brasil, não estão cumprindo as determinações de sanção a Moraes. "Essa interpretação brasileira é uma jabuticaba, isso não existe em lugar nenhum", argumentou. Segundo Eduardo, o governo americano parece estar analisando ações adicionais, como a retirada de vistos para pessoas ligadas a Moraes, incluindo juízes e assessores.

Além disso, o deputado disse que Moraes bloqueou as contas dele e de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, com o intuito de prejudicá-los financeiramente nos Estados Unidos. O inquérito que levou ao bloqueio das contas foi iniciado a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) e menciona indícios de coação, obstrução de investigação e violação do Estado democrático de direito. Desde então, Eduardo vem convencendo autoridades americanas sobre o que considera abusos nas decisões de Moraes, uma percepção que encontrou eco na administração Trump.

Até agora, as sanções impostas pelo governo americano resultaram não apenas na punição de Moraes, mas também na proibição de entrada de outros ministros do STF nos Estados Unidos, além da aplicação de tarifas sobre produtos importados. Na semana passada, Eduardo e Figueiredo tiveram reuniões com membros da Casa Branca e do Departamento de Estado para discutir esses tópicos em meio a um cenário onde o governo brasileiro enfrenta dificuldades para dialogar com Trump, que está ligando suas ações a uma "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro. Com base na Lei Magnitsky, qualquer pessoa que auxilie comportamentos condenados pelos EUA pode ser sancionada, resultando em congelamento de ativos e proibição de transações financeiras. Os impactos para Moraes com relação às suas operações em reais ainda estão sendo avaliados pelos bancos brasileiros.