Eduardo revela que Motta e Alcolumbre estão sob sanções
14/08/2025, 18:33:31Liberdade "vale mais que a economia", disse o deputado ao ser questionado sobre o efeito das medidas dos EUA aos brasileiros
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a afirmar, nesta quarta-feira (14), que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), "já estão no radar" das autoridades americanas e podem ser alvo de sanções.
"Se no futuro nada for feito, talvez a gente tenha também o Alcolumbre e o Hugo Motta figurando nessa posição. O que eu sei é que eles já estão no radar, e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil. Por exemplo, o processo de anistia depende de ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta", disse Eduardo em entrevista à BBC News Brasil.
Ele também reforçou que elabora punições contra aliados do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a esposa do magistrado.
O deputado afirmou que Motta poderia escapar das sanções se pautar a anistia e "dar a oportunidade do Congresso funcionar". Já quanto a Alcolumbre, ele mencionou as assinaturas dos senadores da ala bolsonarista para um impeachment contra Moraes:
"O processo de impeachment já tem 41 assinaturas no Senado e deveria ser ao menos iniciado. Tudo está em jogo e acontecendo neste momento", disse.
Eduardo também falou sobre punir aliados de Moraes, que não terá "qualquer tipo de negociação".
"Ele tem que ser sancionado com a Lei Magnitsky. Espero que não demore muito para os Estados Unidos aceitarem a minha humilde sugestão, que é sancionar a esposa dele", declarou.
Segundo o parlamentar, o objetivo é deixar Moraes "isolado", com punições contra familiares e aliados. Esse, para Eduardo, seria o caminho para o país "retornar à harmonia entre os Poderes".
"Eu estou disposto a ir às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder", afirmou.
Em julho, Eduardo já havia criticado um possível bloqueio das contas bancárias de sua esposa, Heloísa Bolsonaro.
"Minha esposa, que não é política e nem milita nesta área, teve suas contas bancárias bloqueadas sem qualquer justificativa legal. Trata-se provavelmente de mais um ato arbitrário ordenado por Alexandre de Moraes", disse.
Eduardo adicionou que as sanções podem incluir uma revogação de vistos de familiares e aliados do ministro.
"Acredito que poderia haver uma forte resposta dos EUA, talvez sancionando a esposa de Moraes, que é seu braço financeiro. Talvez uma nova onda de revogação de vistos dos aliados".
Para o parlamentar, Moraes já teria "esgotado suas opções" após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por descumprimento de medidas cautelares.
"Sei que Trump tem uma gama de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras até uma nova onda de retirada de vistos e questões tarifárias. Trump ainda tem a opção de dobrar a aposta em cima da reação de Moraes", afirmou.
Impacto do tarifaço
Questionado sobre os impactos econômicos da tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, o deputado afirmou que o Brasil "merece" as sanções por ser "uma ditadura", e criticou o governo Lula e o ministro Moraes.
"Não estou preocupado com cálculo eleitoral ou se isso vai aumentar ou diminuir a popularidade. Estou preocupado com a liberdade do meu país", disse.
Donald Trump impôs uma taxa de 50% às exportações brasileiras. Segundo o Ministério da Fazenda, pelo menos 4% das negociações serão afetadas. No entanto, para Eduardo, "a liberdade vem antes da economia. Vale a pena lutar. A nossa liberdade vale mais do que a economia", disse.