São Paulo ganha 100 novas câmeras do Smart Sampa

São Paulo ganha 100 novas câmeras do Smart Sampa

Novas câmeras do programa Smart Sampa


A cidade de São Paulo recebeu, nesta segunda-feira (11), mais 100 câmeras do programa Smart Sampa, um sistema de monitoramento da Prefeitura que utiliza reconhecimento facial. O equipamento será acoplado a motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP). A entrega foi realizada pelo prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista.

Nunes afirmou que a tecnologia é inédita no mundo. "Com essa tecnologia nas motos da Polícia Militar e da Polícia Civil, [a câmera] já vai fazer a leitura daquela placa na hora e [o policial] vai poder fazer a abordagem na hora", disse. O equipamento está integrado a uma central de monitoramento, onde as câmeras leem as placas e enviam os dados para a central, que faz uma busca em um banco de dados de placas roubadas ou alteradas. A notificação é, então, enviada de volta em tempo real à moto que fez a abordagem.

O governador de São Paulo comentou sobre a segurança pública, afirmando a intenção do governo em intensificar o combate ao crime. "Se você fizer uma pesquisa hoje, as pessoas vão indicar que o maior problema é segurança pública. A percepção de segurança demora para vir. Nós temos os menores indicadores de roubos e furtos desde o início da série histórica, mas a percepção de segurança ainda não chegou", ponderou. "Nós temos que endurecer o combate ao crime. Ele [o criminoso] tem que saber que vai ficar preso", completou.

Freitas ainda mencionou que o sistema será expandido para a região metropolitana da capital: "Vamos colocar mais câmeras, mais reconhecimento facial, mais vigilância. Nós vamos continuar tendo o estado mais seguro do Brasil", destacou.

A instalação das câmeras nas motos, que havia sido anunciada pela Prefeitura há dois meses, visa reforçar o combate a crimes envolvendo veículos furtados, roubados ou com placas adulteradas. Segundo a gestão municipal, isso ampliará a tecnologia de monitoramento urbano na capital.

As informações captadas pelas câmeras são cruzadas com os bancos de dados da plataforma federal Córtex, desenvolvida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), que reúne detalhes sobre veículos roubados, furtados ou clonados e também sobre aqueles envolvidos em atividades criminosas. A busca da placa no banco de dados é possível por meio do Reconhecimento Óptico de Caracteres (OCR, na sigla em inglês), que permite converter imagens de texto em conteúdo legível. Assim, fotos ou documentos digitalizados podem ser editados, pesquisados e analisados por computadores.

As câmeras foram instaladas em motos modelo XRE 300 da GCM e BMW GS 850 da PMESP, sendo alimentadas pelas baterias das próprias motos. O Smart Sampa possui mais de 31 mil câmeras ativas na capital paulista, sendo 20 mil públicas e 11.692 privadas. Aproximadamente 4 mil delas têm a tecnologia de reconhecimento óptico.

De acordo com dados da Prefeitura, desde a implementação do programa, cerca de 1,6 mil foragidos da Justiça foram capturados e houve a prisão de cerca de 3 mil criminosos. Em junho, o Smart Sampa identificou 5.579 ocorrências envolvendo placas irregulares. No domingo (9), a Prefeitura de São Paulo divulgou, em uma rede social, a prisão de um homem condenado por tráfico de drogas que foi identificado pelo sistema. A prisão foi realizada pela GCM em Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo.

A cidade de Sorocaba, no interior, também utiliza um sistema de reconhecimento facial e de placas de veículos para monitoramento de crimes. O "Smart Sorocaba" foi lançado em maio deste ano.

Por fim, cabe ressaltar que o sistema de reconhecimento facial da Prefeitura, implantado em 2024 com um custo de R$ 10 milhões mensais, tem gerado controvérsias. No dia 1º deste mês, uma pesquisa intitulada "Smart Sampa vigia, mas não protege" indicou que não há evidências de que o programa reduz crimes ou aumenta a produtividade policial na capital. A análise mostrou que não houve alteração nos índices em relação a outras cidades do estado. A Prefeitura de São Paulo contestou os métodos da pesquisa. Em fevereiro, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo também havia solicitado que a Prefeitura não utilizasse o reconhecimento facial do programa em blocos de carnaval.