MP investiga Bolsonaro por associar Lula a ex-ditador sírio

Investigação do MPDFT contra Jair Bolsonaro

O Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) deu início a um inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sob a suspeita de um possível crime contra a honra do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo da investigação é uma associação feita por Bolsonaro ao ex-ditador sírio, Bashar al-Assad.

O inquérito, que já foi enviado à Polícia Civil do DF, visa apurar uma alegação de que Bolsonaro teria compartilhado, em um aplicativo de mensagens, uma imagem que vincula Lula ao regime do ex-ditador, insinuando ligações a execuções de pessoas LGBT+. Essa informação foi confirmada pela Polícia Federal ao Portal iG.

Competência para investigação

Anteriormente, o Ministério da Justiça havia solicitado à Polícia Federal que investigasse o caso, após uma denúncia anônima no começo de julho. No entanto, o entendimento do MPDFT é que a competência para o caso é da Justiça estadual, assim como da Polícia Civil.

A mensagem que está sob investigação por parte do MPDFT alega que foi enviada por Bolsonaro através do aplicativo WhatsApp em janeiro deste ano. Um cidadão apresentou uma notícia crime ao Ministério Público Federal (MPF), que então encaminhou a questão ao Ministério da Justiça.

Quem é Bashar al-Assad?

Bashar al-Assad, a quem Lula foi supostamente associado por Bolsonaro, é um ex-ditador sírio que esteve no poder por 24 anos, sucedendo seu pai, que governou a Síria por três décadas. O regime de Assad é amplamente reconhecido por graves violações dos direitos humanos, incluindo perseguições a minorias e repressão política.

Durante seu governo, Assad implementou uma política de criminalização de pessoas LGBT+. Relatórios de organizações como Human Rights Watch e ILGA indicam que as forças de segurança e serviços de inteligência sírios, sob o comando de Assad, têm detido, torturado e executado indivíduos suspeitos de serem homossexuais. Em dezembro de 2024, houve uma rápida ofensiva rebelde que resultou na destituição do governo de Assad, que fugiu do país.