Alerta da Santa Casa sobre síndrome Mão-Pé-Boca em crianças
08/08/2025, 20:33:12Entendendo a síndrome Mão-Pé-Boca
A síndrome Mão-Pé-Boca (MPB) é uma infecção viral comum na infância e tem gerado preocupação entre pais e profissionais de unidades escolares espalhadas pelo Brasil. A Santa Casa de Maceió mantém a Creche-escola São Vicente de Paulo, exclusiva para filhos de colaboradores, onde cerca de 100 crianças de 0 a 6 anos são atendidas gratuitamente. Para passar orientações sobre o tema, duas palestras foram promovidas pela Medicina do Trabalho na terça-feira (5).
Causas e sintomas
Causada pelo vírus Coxsackie, do grupo dos enterovírus, a doença é altamente contagiosa e se espalha por meio do contato com secreções respiratórias, saliva, fezes ou objetos contaminados. Os sintomas mais comuns incluem febre, dor de garganta, mal-estar e o surgimento de bolhas nas mãos, pés e boca – daí o nome. A doença também pode atingir os adultos.
Experiência de uma mãe
A enfermeira Lilian Dantas, da Gerência de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de Maceió, conhece a doença de perto. Mãe de uma aluna da creche, ela relatou a experiência com a filha que está no maternal.
"Como já tínhamos visto outros coleguinhas na turminha dela, assim que identificamos os primeiros sinais, a isolamos em casa e iniciamos o tratamento. Ela ficou afastada por 10 dias e só retornou para a creche quando os sintomas estavam controlados e sabíamos que não havia mais risco de transmissão", conta.
Lilian ressalta que a principal forma de prevenção é a higienização constante.
"Lavar bem as mãos evita a disseminação do vírus tanto na creche quanto em casa. E é essencial redobrar os cuidados durante a troca de fraldas, pois o vírus também pode estar presente nas fezes. Mesmo quem já teve a doença pode contrair novamente, pois existem diferentes subtipos do vírus", explica.
Importância do afastamento
A médica do trabalho da instituição, Francine Loureiro, reforça a importância do afastamento das crianças sintomáticas para conter o contágio.
"É importante termos esses momentos de conscientização, de sensibilização e também de conhecimento geral para que os colaboradores compreendam que, tendo os seus filhos na creche, em algum momento, caso essa criança venha a adoecer, ela precisa estar em casa para evitar que venha a contaminar outras crianças. E quando a gente fala sobre a questão da síndrome Mão-Pé-Boca, que é muito contagiosa, a criança realmente precisa ficar isolada para fechar o ciclo de contaminação", explica.
Observações na creche
A coordenadora da creche, Jarleide Inácio, informou que casos têm sido observados em todas as turmas desde maio. "Em junho, notamos várias ocorrências durante o banho, com as cuidadoras identificando manchas na pele e informando os responsáveis imediatamente", contou. Jarleide reforça que os pais devem estar atentos desde o início do dia. "Qualquer sintoma suspeito, seja de Mão-Pé-Boca ou de gripe, deve levar à decisão de manter a criança em casa e buscar orientação médica. Isso ajuda a evitar que a criança passe o dia doente na creche e exponha os colegas."
A importância da informação
Para a colaboradora Fabiana da Silva Oliveira, que tem dois filhos que passaram pela creche, a informação é uma aliada poderosa. "Mesmo não sendo da área assistencial, a gente precisa conhecer os sintomas e saber como agir. Quando minha filha mais velha estava na creche, pouco se falava sobre essa doença. Já com o meu filho, foi diferente: houve mais divulgação, mais orientação. Isso faz toda a diferença para lidarmos com essas situações do dia a dia", avalia.
Considerações finais sobre a MPB
A doença Mão-Pé-Boca geralmente tem evolução benigna e desaparece entre 7 e 10 dias. No entanto, o contágio é mais intenso na primeira semana. Por isso, a recomendação das autoridades sanitárias e dos profissionais da Santa Casa de Maceió é clara: ao menor sinal da doença, o ideal é procurar atendimento médico, garantir o isolamento e seguir as orientações de higiene para evitar novos surtos.
Como prevenir a doença Mão-Pé-Boca (MPB)
- Lave as mãos com frequência, especialmente após trocar fraldas e antes das refeições;
- Higienize brinquedos, superfícies e objetos de uso coletivo;
- Evite enviar crianças com sintomas para a creche ou escola;
- Mantenha a criança em casa até a completa recuperação.
Artur Gomes Neto
Diretor Técnico Médico
CRM-AL 2503/RQE 1874