Motta afirma que plenário da Câmara não depende de anistia
07/08/2025, 17:31:11Motta anuncia retomada das atividades na Câmara
"O presidente da Câmara não negocia suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém", disse Motta.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou, nesta quinta-feira (7), que a retomada dos trabalhos no plenário, após o motim da oposição, tenha sido negociada em troca do compromisso dele de pautar o projeto de lei que prevê anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias [jornalísticas] que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não estão vinculadas a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, afirmou Motta.
Após resistência da oposição que ocupava o local há quase 30 horas, Motta conseguiu sentar na mesa diretora do plenário e abrir a sessão. O motim da oposição começou após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os parlamentares exigiam a anistia e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A oposição celebrou a desocupação do plenário, alegando que conseguiu um acordo entre líderes do Novo, PP, União Brasil e PSD para pautar a anistia na próxima semana. Somando ao PL, essas siglas representam 247 deputados, quase metade da Câmara, que tem 513 parlamentares.
Por outro lado, as assessorias de imprensa das lideranças do PSD, PP e União Brasil não confirmaram o compromisso anunciado pelo PL de defender a votação da anistia na próxima semana.
Antes da sessão desta quinta, Motta conversou com jornalistas e ressaltou que, mesmo diante de toda a tensão criada, foi possível pautar “a solução menos traumática para que a Casa pudesse retomar a sua normalidade”.
“Penso que, mais uma vez, o diálogo prevaleceu. Nós tivemos a capacidade de conversar o dia todo com todas as lideranças, de poder demonstrar que nós não abriríamos mão de reabrir os trabalhos ontem, conforme o nosso regimento prevê, respeitando a nossa Constituição, respeitando o direito ao contraditório”, concluiu Motta.