Conflito na Câmara causa paralisia após prisão de Bolsonaro

Conflito na Câmara causa paralisia após prisão de Bolsonaro

Contexto do Motim Bolsonarista


A paralisação de parlamentares de extrema-direita em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inviabilizou o funcionamento da Câmara dos Deputados por 30 horas. A situação se desenrolou na terça-feira, quando opositores ocuparam as mesas dos plenários da Câmara e do Senado, barrando a realização de sessões legislativas.

Intervenção de Arthur Lira


Na noite de quarta-feira, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu retomar seu lugar na presidência da Câmara após negociações intermediadas por seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL). Durante o motim, os parlamentares buscavam pressionar o Congresso a tratar de pautas como a anistia ao ex-presidente e os atos de 8 de janeiro, além do impeachment do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que decretou a prisão.

Negociações e Táticas


Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), se reuniram com o partido de Bolsonaro e outros grupos em busca de um acordo para desobstruir os plenários.a session was planned for 20h30, porém, somente foi iniciado após 22h, mediado por Arthur Lira.
Enquanto isso, Motta ameaçou suspender mandatos, mas ao final, adotou um tom conciliador, refletindo sobre a respeitabilidade da Casa: "[É preciso] não deixarmos que projetos individuais possam estar à frente daquilo que é maior do que todos nós, que é nosso povo... O que aconteceu nessa casa não foi bom, não foi condizente com nossa história", declarou.

Direitos de manifestação e Ordem da Câmara


Motta reconheceu o direito da oposição de se manifestar, mas enfatizou a necessidade de seguir o regimento e a Constituição. Ele recontou o momento em que, enfrentando a resistência de bolsonaristas, teve dificuldade para assumir sua cadeira e precisou da ajuda de colegas. Um acordo preliminar foi discutido, mas não se chegou a um consenso até a abertura da sessão.

A Resposta do Senado


No Senado, Alcolumbre expressou sua posição de firmeza e não aceitação de intimidações, reafirmando que o funcionamento do Parlamento não seria comprometido. Enquanto a reunião com líderes de partidos ocorria, Alcolumbre anunciou a realização de uma sessão virtual e descartou a proposta de impeachment de ministros do STF.
"Semana que vem, o que eu ouvi do presidente é que ele não aceitará [obstrução]... O plenário tem que estar livre", destacou o senador Cid Gomes (PDT-CE). Alcolumbre deixou claro que as decisões sobre o impeachment são prerrogativas da presidência do Senado, independente de pressões externas.