Ibama impede tráfico de 400 abelhas nativas para a China

Ibama impede tráfico de 400 abelhas nativas para a China

Ibama impede envio ilegal de abelhas nativas

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) impediu uma tentativa de exportação ilegal de cerca de 400 abelhas nativas sem ferrão da espécie mandaçaia, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). A carga estava escondida em uma remessa expressa com destino a Hong Kong, na China, e havia sido postada por uma brasileira na capital paulista, sendo interceptada durante uma triagem de rotina.

A remessa foi identificada através de triagem com uso de raio X, que detectou anomalias no conteúdo declarado como brinquedos. A fiscalização foi realizada em parceria com a Alfândega da Receita Federal no aeroporto. Ao abrirem a encomenda, os agentes encontraram pelúcias e uma caixa de madeira contendo a colônia completa. Os espécimes estavam vivos, em boas condições e foram reconhecidos como mandaçaias (Melipona quadrifasciata anthidioides).

A identificação da espécie e as orientações para o manejo adequado contaram com o apoio de especialistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus Araras (SP), e do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus Rio Claro (SP). As abelhas foram levadas ao laboratório da UFSCar, onde permanecem sob cuidados técnicos.

Segundo o Ibama, a responsável pela tentativa de envio responderá a um processo administrativo e poderá ser multada em até R$ 200 mil, de acordo com a legislação ambiental. O caso também foi encaminhado ao Ministério Público Federal para investigação de possível crime ambiental e análise de medidas na esfera criminal.

O Brasil é o país com maior diversidade de abelhas sem ferrão do mundo, com mais de duas mil espécies nativas registradas, sendo cerca de 260 já conhecidas pela ciência. Esses insetos, pertencentes à tribo Meliponini, têm um papel crucial na polinização da vegetação nativa e de cultivos agrícolas como café, soja, tomate, algodão, açaí e girassol. Além da relevância ecológica, algumas dessas espécies são criadas de forma racional para produção de mel, própolis e outros derivados. O tráfico ilegal dessas abelhas ameaça a biodiversidade e coloca em risco a segurança sanitária, segundo o Ibama.