O declínio do bolsonarismo refletido em manifestações fracas e debandada de governadores

A convocação de atos por anistia a criminosos revela a fragilidade do movimento, com adesão em queda e ausência de líderes bolsonaristas nas ruas.

O declínio do bolsonarismo refletido em manifestações fracas e debandada de governadores

Em mais um capítulo da saga bolsonarista, o movimento que buscava mobilizar as massas em favor da anistia dos crimes cometidos em 8 de janeiro e contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e contra o STF enfrentou uma dura realidade: a falta de adesão popular e a ausência de figuras-chave do próprio movimento. As manifestações, que ocorreram em várias capitais do Brasil, mostraram um cenário desalentador para os organizadores, que esperavam uma forte mobilização, mas se depararam com uma receptividade cada vez mais fria.

Na emblemática Avenida Paulista, onde a expectativa era de um milhão de participantes, a realidade se impôs com uma contagem de apenas 36,7 mil pessoas, conforme dados do Monitor de Contagem em parceria com a USP. Essa discrepância entre expectativa e realidade sinaliza não apenas a perda de força do bolsonarismo, mas também um claro sinal de descontentamento da população com a pauta do movimento.

O que agrava ainda mais a situação são as ausências notáveis de governadores bolsonaristas como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás). Esses líderes, que aspiram representar a extrema direita nas próximas eleições, parecem perceber que alinhar-se com o movimento atual pode ser um risco eleitoral. As pesquisas indicam que a maioria da população não apoia candidatos que defendam a anistia a Bolsonaro, o que pode explicar o distanciamento desses governadores, que já vinha se acentuando.

A tentativa de mobilização do bolsonarismo, portanto, revela uma fragilidade alarmante. Cada vez mais, o movimento se vê isolado, sem o apoio popular e abandonado por aqueles que deveriam ser seus principais articuladores. À medida que a adesão diminui e a rejeição aumenta, o futuro do bolsonarismo se torna cada vez mais sombrio, levantando questões sobre a viabilidade de sua continuidade no cenário político brasileiro.

Creditos: Professor Fábio Andrey