Lula planeja convidar Trump para a COP30
06/08/2025, 03:31:13A COP30 e a convocação de Donald Trump
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) afirmou, nesta terça-feira (05), que pretende convidar Donald Trump para participar da COP30, conferência climática da ONU que vai acontecer em novembro, em Belém.
A declaração aconteceu durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão. Na ocasião, Lula criticou as taxas de 50% sobre as importações de produtos brasileiros, mas afirmou que o convite não inclui discussões sobre o assunto.
“Eu não vou ligar para o Trump porque ele não quer falar. Mas pode ficar certa, Marina [Silva], eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para vir para a COP porque eu quero saber o que ele pensa da questão climática. Vou ter a gentileza de ligar.” Além do presidente americano, Lula mencionou que pretende ligar para o presidente da China e para o primeiro-ministro da Índia.
“Vou ligar para ele, para o Xi Jinping, para o primeiro-ministro Narendra Modi.” Lula ainda disse que o convite não vai se estender a Vladimir Putin, presidente da Rússia, já que ele enfrenta mandados de prisão internacionais.
Durante seu discurso, Lula criticou o tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil. Segundo o presidente, a ação do republicano teve objetivos eleitorais, sem diálogo prévio com o governo brasileiro.
“O presidente norte-americano não tinha o direito de anunciar as taxações como ele anunciou para o Brasil. Poderia ter pegado o telefone, ligado para mim, ligar para o Alckmin, para qualquer um. Estaríamos ávidos em conversar. E, depois, o pretexto da carta e da taxação não é nem político, é eleitoral.”
A participação dos Estados Unidos na COP30 é considerada de extrema importância estratégica para o sucesso das negociações climáticas. Segundo o levantamento de 2022 da WRI Brasil, os EUA foram o segundo país que mais emitiu CO2 do mundo, ficando atrás da China.
Além disso, em seu segundo mandato, que teve início em janeiro de 2025, Trump reverteu uma série de políticas ambientais provenientes do governo Biden: retirou novamente os EUA do Acordo de Paris e incentivou a produção de combustíveis fósseis por meio da declaração de uma "emergência energética nacional". O presidente americano ainda revogou incentivos à produção e compra de veículos elétricos e restringiu a instalação de parques eólicos.