Datafolha revela que 61% não votariam em candidatos a favor de Bolsonaro
04/08/2025, 07:34:59SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O impacto do golpismo nas eleições
A quase um ano do início da campanha presidencial, o tema do golpismo ressoa com força entre os eleitores. Segundo o Datafolha, 61% dos brasileiros não votariam em um candidato que prometesse livrar de qualquer pena ou punição Jair Bolsonaro (PL), este sendo alvo de críticas por parte de seus aliados acusados de tramar contra a democracia e pelos eventos ocorridos no 8 de Janeiro.
A pesquisa e seus resultados
Na pesquisa realizada nos dias 29 e 30 de julho, que ouviu 2.004 pessoas, foi identificada uma margem de erro de dois pontos para mais ou menos. O estudo revelou que 19% dos entrevistados votariam com certeza em um nome que apresentasse essa agenda, enquanto 14% talvez o fizessem. Adicionalmente, 6% não souberam responder.
Implicações para a direita
O tema se torna uma pedra no sapato para a direita. Embora presidentes possam indultar presos, a jurisprudência estabelecida no Supremo Tribunal Federal indica que isso não vale para crimes contra a democracia e o Estado de Direito. Um exemplo disso ocorreu quando a corte derrubou o perdão de Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira, que foi condenado por ameaças a instituições e atualmente está em regime semiaberto.
Os desafios de Bolsonaro
Bolsonaro está no banco dos réus do julgamento da trama golpista no STF, que para ele e o presidente americano Donald Trump, é uma farsa persecutória. Trump até deu a Bolsonaro um duvidoso presente ao usar sua situação jurídica como uma das razões para classificar o Brasil no topo de sua guerra comercial, aumentando tarifas de importação de produtos brasileiros a 50%. Isso deixou aliados de Bolsonaro nas esferas estaduais, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em uma posição delicada.
A situação dos aliados de Bolsonaro
O governador, assim como Romeu Zema (Novo-MG), saiu em defesa de Bolsonaro, mas acabou tendo que mudar seu discurso ao apoiar uma medida que feria o Brasil. A reviravolta acabou provocando reações adversas do bolsonarismo contra Tarcísio, que tentava se distanciar da crise ao se colocar como interlocutor de todos.
O futuro das anistias
Recentemente, Tarcísio teve que cancelar um evento programado para este domingo (3), onde defensores da anistia esperavam sua presença na avenida Paulista. Assim como Zema e outros governadores, ele já deixou claro que não anistiaria Bolsonaro, mesmo tendo sido seu chefe no passado.
Por outro lado, Ratinho Jr., governador do Paraná pelo PSD, já defendeu a anistia para os envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro. No Congresso Nacional, bolsonaristas perderam ímpeto em um projeto de lei que visa a anistia dos 480 condenados em 1.500 ações penais no Supremo, que na prática estenderia o perdão ao ex-presidente.
A rejeição popular à anistia
A rejeição popular à anistia já era clara em pesquisas anteriores do Datafolha, mesmo sem se vincular especificamente ao perdão de Bolsonaro por um candidato eleito presidente. O desgaste da crise com Trump aparentemente sepultou, por ora, essa ideia de anistia.