Coreia do Sul desativa alto-falantes contra Coreia do Norte

Coreia do Sul desativa alto-falantes contra Coreia do Norte

Desativação de Alto-Falantes na Fronteira


As autoridades sul-coreanas iniciaram a remoção dos alto-falantes de propaganda posicionados na fronteira com a Coreia do Norte, informou o Ministério da Defesa de Seul. Essa medida representa a estratégia do novo governo do presidente Lee Jae Myung para aliviar as tensões com Pyongyang. De acordo com a pasta, a desmontagem dos equipamentos é uma "medida prática que pode ajudar a reduzir a tensão intercoreana sem afetar a prontidão militar do país". O porta-voz do ministério, Lee Kyung-ho, não revelou se os alto-falantes poderiam ser reinstalados rapidamente em caso de agravamento da situação. Ele também afirmou que não houve diálogo prévio com os militares norte-coreanos sobre a decisão.

Reações da Coreia do Norte


A Coreia do Norte, conhecida por sua sensibilidade a críticas externas ao regime autoritário de Kim Jong-un, ainda não se pronunciou oficialmente. Logo após assumir o cargo em junho, Lee Jae Myung desligou as transmissões de propaganda contra o regime norte-coreano, com a intenção de reabrir canais de diálogo interrompidos.

Tentativas de Aproximação Frustradas


No entanto, Pyongyang rejeitou as recentes tentativas de aproximação, alegando que Seul mantém uma postura hostil e segue confiando "cegamente" na aliança com os Estados Unidos. A crítica partiu de Kim Yo Jong, influente irmã de Kim Jong-un. Segundo ela, a nova administração sul-coreana não difere da gestão anterior, comandada pelo conservador Yoon Suk Yeol — cujo governo adotou uma postura dura contra o Norte.

Contexto Histórico


O desligamento dos alto-falantes ocorre pouco mais de um ano após sua reativação, em resposta ao envio de quase mil balões com lixo pela Coreia do Norte para o território sul-coreano. Na época, Seul afirmou que os conteúdos transmitidos — que misturavam notícias internacionais, mensagens pró-democracia, informações sobre o estilo de vida capitalista e músicas de K-pop — tinham como objetivo "levar luz e esperança" aos soldados e cidadãos norte-coreanos.
A campanha de guerra psicológica, típica da Guerra Fria, ajudou a intensificar ainda mais as tensões, já agravadas pelo avanço do programa nuclear norte-coreano e pela ampliação das manobras militares entre Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-1953, que foi encerrado apenas com um armistício, e não com um tratado de paz. Nos últimos anos, as relações bilaterais se deterioraram significativamente.