Bolsonaristas buscam mobilização após sanções de Trump a Moraes

Bolsonaristas buscam mobilização após sanções de Trump a Moraes

Sob o slogan de "Reaja, Brasil", as manifestações devem acontecer em diferentes cidades simultaneamente.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) buscam aproveitar a empolgação gerada pelas sanções do governo Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para incentivar os atos marcados para este domingo (3) em todo o país. O objetivo é torná-los mais acessíveis e garantir que parlamentares tenham visibilidade na mobilização. No entanto, organizadores expressam preocupações sobre um possível esvaziamento das manifestações.

Uma das razões para essa apreensão é o crescente cansaço da base bolsonarista, que tem participado menos de mobilizações nas ruas. Além disso, a ausência de Jair Bolsonaro, que está sob medidas cautelares e impedido de se comunicar publicamente, é um fator desmotivador para os apoiadores.

No ato da avenida Paulista, considerado o principal, também estarão ausentes figuras-chave, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem compromissos em outras localidades. Em resposta a essa situação, alguns parlamentares mudaram seus planos para garantir presença na manifestação, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Eles foram convidados a se apresentar junto com o pastor Silas Malafaia.

Nikolas, conhecido por sua forte atuação nas redes sociais, gravou um vídeo chamando os apoiadores para a manifestação e questionou a importância da participação coletiva, enfatizando que a luta é uma maratona e não uma corrida de velocidade.

Enquanto isso, bolsonaristas desejam estabelecer um calendário contínuo de manifestações, considerando essa a única questão que pode galvanizar o apoio ao ex-presidente, que enfrentará julgamento no STF por acusações ligadas a uma trama golpista no próximo mês. Em pauta, estão pedidos por "anistia ampla, geral e irrestrita", por meio de uma proposta de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, e pelo impeachment de Moraes, que ainda não se apresenta como uma possibilidade viável.

Os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-PB), devem ser alvo de críticas nos discursos de apoio ao ex-presidente. Também será um tema relevante a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é responsabilizado por alterações nas tarifas comerciais, conforme relatado pelos bolsonaristas.

A aplicação de sanções financeiras a Moraes, em decorrência da chamada Lei Magnitsky, animou a base bolsonarista, que vinha enfrentando desgaste devido ao aumento das tarifas impulsionado por decisões do governo Trump. Enquanto inicialmente a tarifa seria de 50% em uma ampla gama de produtos brasileiros, as autoridades norte-americanas recuaram e excluíram mais de 700 itens da lista.

Eduardo Bolsonaro, que atua em parceria com Trump e tem se distanciado do cargo de deputado devido a investigações, expressou satisfação com a aplicação das sanções a Moraes. Em suas falas, ele indicou que outras autoridades brasileiras podem enfrentar o mesmo destino no futuro.

O clima tenso antes das manifestações ressalta os desafios que os bolsonaristas enfrentam, mas também reflete a determinação de continuar a mobilização em defesa do ex-presidente, que busca recuperar sua influência entre os apoiadores.