Descoberto vírus gigante com cauda no Oceano Pacífico

Descoberto vírus gigante com cauda no Oceano Pacífico

Vírus gigante com cauda enorme é descoberto no Oceano Pacífico


Um vírus gigante com uma cauda de tamanho recorde foi descoberto por cientistas no Oceano Pacífico, de acordo com uma publicação da revista Science na última terça-feira (29). Considerados organismos virais com tamanho e complexidade nos genes muito superiores aos comumente encontrados, a definição de "vírus gigante" é dada aos microrganismos maiores que 2,5 micrômetros. De acordo com a Science, faz mais de duas décadas da descoberta desta classe de vírus. Batizado de PelV-1, o vírus chama atenção por sua estrutura incomum: uma cauda extremamente longa que o faz parecer uma arraia em miniatura.
Raridade A descoberta do novo vírus gigante é considerada rara porque a presença de caudas nesses organismos é incomum. A maioria dos vírus com a estrutura são fagos, ou seja, organismos muito menores que infectam bactérias. O PelV-1 foi encontrado infectando o Pelagodinium, um tipo de fitoplâncton marinho que integra a base da cadeia alimentar oceânica, servindo de alimento para zooplâncton e peixes. A descoberta foi feita no Giro Subtropical do Pacífico Norte, região de grande importância ecológica.
Maior cauda já encontrada O vírus possui um capsídeo de 200 nanômetros — a “casca” que protege seu material genético — e duas caudas, sendo uma delas a mais longa já observada em um vírus: 2,3 micrômetros de comprimento e 30 nanômetros de largura. Como comparação, essa estrutura é cerca de 19 vezes maior do que o coronavírus responsável pela COVID-19. No caso do PelV-1, os cientistas acreditam que a cauda tem papel fundamental no processo de infecção: ela se prende à célula do fitoplâncton e, após o vírus ser engolido pela célula hospedeira, a cauda desaparece. Os pesquisadores acreditam que essa estrutura se forma apenas fora da célula.
Além da estrutura diferente, o material genético do PelV-1 também chamou a atenção. Os cientistas encontraram genes ligados ao metabolismo e à captação de luz, algo raro em vírus. O vírus em questão vive em uma parte do oceano onde há luz solar, o que explica a importância de seus genes, que podem ajudá-lo a conseguir energia ou a controlar melhor a célula que ele invade. A descoberta foi divulgada em uma pré-publicação no site bioRxiv, um renomado repositório de pesquisas na biologia. São publicações tratadas como preliminares porque ainda não passaram por uma revisão de pares, que atesta a descoberta.